PORTLAND, EUA (FOLHAPRESS) – “Você acha que o uso de maconha deveria ser legal ou não?” é a pergunta que o Instituto Gallup vem fazendo aos americanos desde 1969. No primeiro ano da pesquisa, 12% responderam sim. A consulta mais recente, divulgada em outubro, apontou que 64% apoiam a legalização.
Richard Vinal atribui o apoio popular aos resultados após a legalização. “O crime caiu, os produtos têm mais qualidade e o consumidor sabe exatamente o que está comprando e quais serão os efeitos”, diz. “Sem falar no dinheiro dos impostos.”
Segundo o New Frontier Data, maior fonte de informação do setor, US$ 655 milhões entrarão nos cofres dos Estados pró-cannabis até o final do ano. A projeção para 2020 é que os impostos gerados pela maconha alcancem US$ 1,8 bilhão. Essa arrecadação é revertida em educação, saúde, pesquisa, segurança pública e programas sociais.
Inicialmente contrário à legalização no Colorado, o governador do Estado, John Hickenlooper, mudou de opinião. “Se dependesse de mim essa aprovação não teria passado”, admitiu no início do ano. “Estávamos preocupados com tudo. Que o consumo entre menores iria aumentar, que as pessoas iriam trabalhar sob o efeito da droga, que a imagem do Estado poderia piorar”, disse.
Cinco anos após seu Estado ter sido o pioneiro da legalização no país, Hickenlooper afirma: “Não temos visto nada de negativo”.
Portand, com 640 mil habitantes, possui 156 dispensários, mais do que as lojas Starbucks e McDonald’s somadas (139). Em média, o grama da maconha custa US$ 10 (R$ 33), já incluído os 20% de impostos. Antes da legalização, o mesmo grama saia por US$ 15 (R$ 49), com qualidade inferior.