RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Rio pediu nesta segunda-feira (18) a transferência do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) da cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, na região de Bangu. A recomendação foi feita em razão de fraudes na instalação de um “home theater” na prisão em que está o peemedebista. A Promotoria pede ainda o afastamento do atual diretor da unidade de Benfica, Fábio Ferraz Sodré, e do subdiretor, Nilson Vieira da Silva. De acordo com as investigações, eles atuaram na falsificação de documentos a fim de atribuir a doação do equipamento a entidades evangélicas. Cabral foi denunciado sob acusação de falsificar documentos públicos com o diretor e o subdiretor da unidade e outros três agentes penitenciários. A informação foi revelada nesta segunda pelo site G1. O equipamento foi instalado em outubro e retirado em novembro após a divulgação de que pastores assinaram o recibo de doação a pedido de Cabral. Essa seria a única forma de o aparelho entrar no sistema penitenciário. INVESTIGAÇÃO A investigação do Ministério Público apontou ainda que Sodré e a agente Alessandra de Oliveira Rosa, lotada na Corregedoria da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), coagiram o ex-policial militar Flávio Mello dos Santos a assumir a compra do equipamento. O diretor da unidade ameaçou retirar a condição de “faxina” -trabalho na cadeia com possibilidade de remição de pena- do ex-PM, além de transferi-lo para outra galeria da cadeia de Benfica. Santos divide cela com Cabral desde novembro de 2016, quando o peemedebista foi preso. Ele foi condenado por ter atuado na tentativa de fuga de traficantes da Rocinha nas vésperas da instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na favela. O ministério investiga se ele atua como segurança do ex-governador na cadeia. O Complexo Penitenciário de Gericinó foi o local para onde o também ex-governador Anthony Garotinho foi transferido de Benfica, após a suposta agressão que sofreu. Ele está em Bangu 8, onde faz uma greve de fome desde sexta-feira (15) em protesto contra o que considera “injustiças” contra ele. OUTRO LADO O advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, afirmou que a denúncia é “inconsistente e o pedido de transferência não tem base legal”. “Ele está preso à disposição da Justiça Federal, que tem jurisdição sobre os processos nos quais sua prisão foi efetivamente decretada”, disse Roca.