O ex-presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana, 36 anos, esteve em Curitiba para conhecer a estrutura do Atlético Paranaense e para conversar com dirigentes. O clube paranaense pretende contratá-lo para o cargo de CEO – principal cargo executivo. Ele trabalhará em parceria com o holandês Seedorf, que será o manager, ou seja, gerente do departamento de futebol e técnico da equipe principal, seguindo o tradicional modelo inglês.

Estive por dois dias em Curitiba para conhecer a infraestrutura e algumas pessoas. Tenho vontade que dê certo e eu possa ajudar ao Atlético, um clube que admiro o trabalho, mas ainda não fechamos a parte contratual. No âmbito de ideias e desafios está ok, disse Sant´Ana, em entrevista para o UOL Esporte. O Atlético pensa em ajustar um novo modelo de gestão a partir de 2018 e eu chegaria para ajudar no funcionamento desta engrenagem, afirmou.

O dirigente afirmou que ainda não teve contato com Seedorf. O Petraglia (presidente do Conselho Deliberativo do Atlético) me explicou seu conceito e debatemos um pouco a ideia e o papel de um manager no futebol e o impacto na cultura brasileira, declarou. Inovação é uma característica rara e que valorizo. O futebol brasileiro é excessivamente conservador. Mudar é, sem dúvida, o mais difícil. Mas os desafios são motivadores, explicou.

Pelo convite do Atlético, Sant´Ana terá atribuições além da gestão no futebol. Também cuidará da relação com a torcida, dos planos de sócios e de estratégias de gestão em geral.

Em anos anteriores, o Atlético também buscou ex-presidentes para trabalhar no clube. Ocimar Bolicenho (ex-presidente do Paraná) foi diretor de futebol em 2010 e 2011. Paulo Carneiro (ex-Vitória) também comandou o futebol do clube paranaense em 2016.

Sobre o Bahia, Sant’Ana explicou como poderá ficar a relação com o clube que presidiu e é torcedor. Sou grato à torcida do Bahia pela oportunidade única. Busquei sempre fazer o meu melhor. Mas questões familiares e o desejo de me aprofundar na gestão esportiva me fizeram não buscar a reeleição. O cargo de presidente tem forte apelo político. Eu prefiro a administração técnica. Quero fazer carreira como profissional; não como político, argumentou.

O dirigente é conselheiro do Bahia, mas não vê conflito ético. A chapa que integrei fez 42 de 100 conselheiros. Como curiosidade, a segunda mais votada fez 12 cadeiras. Mais uma vez, agradeço a confiança no trabalho. Hoje, eu sou conselheiro e desempregado. Então não tem conflito de interesses. Caso trabalhe em outro clube brasileiro, entendo que pedir licença é eticamente o correto. Evitaria qualquer mal estar, disse.