Pique-esconde, pique-pega, futebol, patins, bicicleta, skate. Essas são algumas brincadeiras e atividades que costumam fazer sucesso entre as crianças no período de férias escolares. Mas, junto com a diversão, vem também o risco de quedas. Com o mais tempo livre no cotidiano dos pequenos, os responsáveis devem redobrar a atenção. Isso é o que recomenda Anna Carolina Pavelec, ortopedista e traumatologista do Hospital Vitória, de Curitiba.

Especializada no público infantil, a médica explica que as quedas da própria altura geralmente causam lesões menos graves, como torções, contusões ou trauma cranioencefálico (TCE) leve. É bastante comum a criança ficar cansada após uma queda. O estresse do momento, a dor e o choro cansam, então é possível que ela se sinta sonolenta. Nesses casos, não é preciso mantê-la acordada, bastando supervisionar atentamente o sono, orienta.

Nas quedas de alturas maiores, as lesões podem ser mais graves. Em caso de trauma cranioencefálico grave, é comum que ocorram vômitos, perda de consciência, sonolência fora do normal, dor de cabeça, alteração da visão e sangramento no nariz, na boca ou na orelha. Nesse caso, os pais devem procurar ajuda médica – principalmente se a criança estiver desacordada.

Outro sintoma comum é a protuberância que cresce na testa das crianças após uma queda, conhecida popularmente como ‘galo’. Mas, de acordo com a especialista, apesar de assustar, o galo por si só é inofensivo. Isso acontece quando um pequeno vaso sanguíneo, entre o couro cabeludo e o osso do crânio, é lesionado. O acúmulo de sangue na área forma um hematoma. Não existe um tratamento específico, nem mesmo é necessário. Compressas de gelo ajudam a diminuir o sangramento e o tamanho do galo. Portanto, os pais devem somente observar a evolução. O normal é que o galo regrida espontaneamente, em alguns dias.

No caso de lesões nos ligamentos, o tratamento vai desde repouso e gelo à administração de analgésicos – principalmente nas duas primeiras semanas, quando as dores costumam ser mais fortes. Já os casos de fratura exigem mais cuidado, podendo ser necessária a imobilização com talas ou até mesmo cirurgia. Entorses e contusões cicatrizam em aproximadamente 4 a 6 semanas. Já as fraturas se consolidam em um período de 6 a 8 semanas, seguido por imobilização e reabilitação, indica Anna Carolina. A ortopedista complementa que, apesar de as características do osso infantil exigirem um cuidado mais complexo, a resposta ao tratamento na criança é geralmente mais rápida e satisfatória.


Dicas

Como para proteger os pequenos:

* Instale grades de proteção em locais altos
* Utilize pavimentos emborrachados nos pisos onde as crianças costumam brincar
* Projeta as quinas de mesas e móveis
* Limite o acesso das crianças às escadas
* Coloque equipamentos de proteção pessoal nas crianças, como capacete, joelheiras e caneleiras, principalmente em atividades com maior risco de queda, como no uso de skate, patins ou bicicleta.