SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings não teve impacto no mercado financeiro nesta sexta (12). A Bolsa fechou praticamente estável e o dólar encerrou o dia com baixa, cotado a R$ 3,20. O Ibovespa, das ações mais negociadas, teve leve queda de 0,02%, para 79.349 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,1 bilhões —a média diária de janeiro está em R$ 7,5 bilhões. O dólar comercial se desvalorizou 0,40%, para R$ 3,207. O dólar à vista caiu 0,43%, para R$ 3,210. A decisão da agência de classificação de risco S&P Global Ratings de rebaixar a nota de crédito brasileira já estava precificada, de acordo com Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos. A agência decidiu cortar a nota de crédito da dívida do Brasil de “BB” para “BB-” —três níveis abaixo do grau de investimento (concedido a países que são considerados bons pagadores). Foi o primeiro rebaixamento por uma agência no governo do presidente Michel Temer. O atraso nas reformas e as incertezas sobre a eleição presidenciável deste ano foram os principais fatores que pesaram na decisão da S&P. “Não teve impacto na Bolsa. Foi uma reação bastante neutra. Claro que é uma noticia negativa, ainda mais por uma questão de credibilidade internacional, mas desde meados de dezembro a informação estava rolando, por causa do atraso da reforma”, diz Indech. Para ele, a probabilidade de o governo conseguir aprovar a reforma é muito baixa. “Será um ano complicado para haver uma votação no Congresso, por isso a gente enxerga uma probabilidade baixa, apesar dos esforços que o governo tem feito”, complementa. Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais, avalia que a notícia piora o quadro econômico. “Ao mesmo tempo, pode estimular políticos a votarem reformas e medidas de ajuste. O maior comprometimento de não fazer reformas estará em 2019”, afirma. AÇÕES Das 64 ações do Ibovespa, 27 caíram, 33 subiram e quatro fecharam estáveis. A maior queda foi registrada pela Kroton Educacional, com desvalorização de 4,33%. A CSN teve baixa de 3,13%, e a Estácio Participações caíram 2,63%. A Metalúrgica Gerdau subiu 2,54%. A EcoRodovias se valorizou 2,40%, e a Usiminas subiu 2,04%. A valorização dos preços do petróleo ajudou a impulsionar os papéis da Petrobras. As ações mais negociadas subiram 0,29%, para R$ 17,30. As ações ordinárias avançaram 0,77%, para R$ 18,36. As ordinárias da Vale subiram 0,58%, para R$ 43,55. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco caíram 0,09%. Os papéis preferenciais e ordinárias do Bradesco fecharam estáveis. O Banco do Brasil teve alta de 0,23%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram perda de 0,49%. DÓLAR No mercado cambial, o dólar acompanhou o exterior. A moeda americana perdeu força ante 26 das 31 principais divisas mundiais. O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil fechou em queda de 0,63%, para 145,5 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O contrato para abril de 2018 teve alta de 6,756% para 6,763%. O contrato para janeiro de 2019 avançou de 7,100% para 7,140%.