ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta terça-feira (16) que. “até que o bom senso volte a prevalecer”, o governo Michel Temer continuará sua batalha judicial para assegurar a posse da deputada Cristiane Brasil, filha do líder do PTB, Roberto Jefferson, no Ministério do Trabalho.
A posição persiste ainda que o próprio PTB já discuta alternativas, diante do desgaste da nomeação.
Na véspera, Marun afirmou não considerar “imoral” a indicação, para o Trabalho, de uma parlamentar condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas a um de seus ex-motoristas. Ela também fez acordo com outro profissional, custeando R$ 14 mil para evitar nova condenação.
O governo sofreu nova derrota, no TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região ao insistir no nome de Brasil e planeja agora recorrer Superior Tribunal de Justiça.
“A questão hoje já transcende a escolha de um nome para o exercício da função de ministra”, disse Marun nesta terça-feira (16), após encontro com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, no qual os dois discutiram a reforma da Previdência.
“Entendo que estão em questão aspectos até mais importantes, que são as prerrogativas do presidente e a necessária independência e harmonia entre poderes. A decisão do governo é continuar debatendo isso na Justiça até que o bom senso volte a prevalecer.”
Segundo o ministro, a regra é clara: diz a Constituição que “a escolha e a exoneração de um ministro são prerrogativas do Presidente da República”, não cabendo, pois, ao Judiciário interferir no assunto.
Marun não quis comentar a decisão do Ministério Público Federal em pedir 387 anos de prisão para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, de quem foi um dos maiores escudeiros. Por não ter “maior conhecimento” sobre o processo, disse que se “reservava o direito” de não opinar sobre o assunto.
Em 2016, quando Cunha estava para ser cassado na Câmara, Marun interveio a favor do amigo em várias ocasiões. Numa delas, fustigou quem antes bajulava o deputado e passou a defender seu afastamento.
Para tanto, lembrou do bordão do Seu Boneco, personagem da “Escolinha do Professor Raimundo”. “Eu poderia fazer como um personagem de TV e ir pra galera.”