ESTELITA HASS CARAZZAI
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O ex-estrategista-chefe da Casa Branca Steve Bannon foi intimado pelo FBI a depor na investigação que apura a influência russa nas eleições de 2016 e na campanha do presidente Donald Trump, informou nesta terça (16) o jornal “The New York Times”.
Bannon foi notificado na semana passada pelo procurador Robert Mueller, responsável pelo inquérito.
A notícia volta a aproximar a investigação do presidente Trump, que nega ter feito conluio com a Rússia. As suspeitas são de que informantes ligados ao Kremlin passaram informações comprometedoras sobre a democrata Hillary Clinton à equipe do republicano, buscando influenciar o resultado da eleição.
A investigação do FBI, que já resultou no indiciamento de dois ex-membros da campanha, continua em andamento. O vínculo com os russos não foi demonstrado.
Líder da ala da direita conhecida como “alt-right” (ligada a movimentos supremacistas e nacionalistas), Bannon ajudou a cunhar o bordão “América em Primeiro Lugar” e, na Casa Branca, foi um dos responsáveis por medidas como o veto a viajantes de países islâmicos.
Ele deixou o governo em agosto, em meio ao incômodo causado por sua permanência após os protestos supremacistas em Charlottesville. Mais recentemente, rompeu com o presidente, após a divulgação de críticas ao republicano feitas por ele em um livro sobre Trump.
A citação de Bannon pelo FBI determina que ele deponha a um júri, em data a ser definida. Mas, segundo o “NYT”, a medida pode ser só tática de negociação —se ele concordar em dar informações mais informalmente, o júri será cancelado.
A notícia vem à tona no mesmo dia em que Bannon falou à Comissão de Inteligência da Câmara, que também investiga o suposto conluio com os russos. O depoimento desta terça foi sigiloso, e Bannon não falou à imprensa na sequência. A Casa Branca também não fez comentários sobre o assunto.
Recentemente, Bannon afirmou que considera a investigação do FBI “uma caça às bruxas”.