SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A greve dos servidores do metrô, deflagrada nesta quinta-feira (18), também provocou reflexos no trânsito da capital paulista. Com os trens circulando parcialmente pelas estações, as vias da cidade passaram a acumular lentidão acima da média desde as primeiras horas do dia.
Uma das explicações é que a prefeitura liberou o rodízio de carros de passeio e o serviço da zona azul para facilitar os deslocamentos dos paulistanos durante a vigência da paralisação do metrô, que seguirá até às 23h59 desta quinta.
A SP Trans (empresa municipal de transporte) também pôs nas ruas uma operação especial de ônibus para manter o acesso à região central e às principais pontes da capital paulista.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) antecipou o horário de abertura das estações para atender o aumento da demanda.
CONGESTIONAMENTOS
Segundo medições da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) por volta das 9h30, a capital apresentava 82 km de filas de veículos —a média para o horário gira entre 53 km e 79 km.
Às 10h, os congestionamentos cresceram ainda mais. Toda a capital acumulava 89 km de pontos de lentidão. A média para o horário fica entre 49 km e 77 km.
Meia hora depois, mais filas: cerca de 91 km, patamar bem acima da média, que não passa de 73 km no horário analisado.
As zonas leste (25 km), oeste (24 km) e sul (20 km) tinham as maiores filas, de acordo com a CET.
Os trechos mais complicados na última medição da companhia estavam nas marginais. No Tietê, do Piqueri à Vila dos Remédios e em Pinheiros, da Cidade Universitária ao acesso à rodovia Castello Branco.
GREVE
Os metroviários questionam a concessão à iniciativa privada de duas linhas do Metrô, a 5-Lilás e a 17-ouro (monotrilho) feita pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O resultado da licitação será conhecido nesta sexta-feira (19), e uma empresa ou consórcio será a responsável pela operação das duas linhas.
Além das linhas 5 e 17, o Metrô pretende ainda conceder as linhas 2-verde e 15-prata, que já estão construídas. Entre as linhas que estão em construção e que também deverão ser concedidas estão a 6-laranja e 18-bronze. Neste modelo, o Metrô iria operar apenas as linhas 1-azul e 3-vermelhas.
Nesta semana, a Justiça do Trabalho chegou a determinar que 80% da categoria deveria trabalhar nos horários de pico da operação e 60% fora do horário de pico. A multa caso descumpram a determinação é de R$ 100 mil.