O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), condenado a 87 anos de reclusão, deixou a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, por volta das 18h30 de ontem. O emedebista será transferido para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
As regalias de Sérgio Cabral provocaram sua remoção para o Paraná. Ontem, o juiz Sérgio Moro ordenou a transferência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais. A juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, também determinou a remoção do ex-governador e assinalou que os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados.
Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na cadeia de Benfica, onde Cabral estava preso. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou a prisão em 24 de novembro do ano passado.
O alvo dos promotores era a Galeria C – composta de 9 celas, identificadas como C1 a C9 – destinada a presos provisórios e onde estão alvos da Lava Jato, no Rio. Após denúncia anônima, a Promotoria apurou o ingresso clandestino de alimentação provinda de conhecidos restaurantes.
A Promotoria apreendeu todos os alimentos que não estavam acondicionados em sacos plásticos ou embalagens plásticas transparentes. Em todas as celas da galeria ‘C’ se pôde perceber a existência das ‘galerias artesanais’, contendo comidas semiprontas, embaladas da mesma forma, com cardápio similar, indiciando uma espécie de distribuição em lote para os presos daquela galeria, indicou. O relatório identificou que o padrão da galeria C não foi encontrado nas galerias A e B. Todas as celas da galeria ‘C’ são guarnecidas com purificadores de água de mesmo padrão. As celas das galerias ‘A’ e ‘B’, também destinadas a presos com direito à prisão especial, não contam com o mesmo equipamento, afirmou.