GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, contradisse nesta terça-feira (23) a equipe econômica e afirmou que a reforma previdenciária será votada em fevereiro “de qualquer jeito”. Com o risco de não haver apoio suficiente no mês que vem, assessores e auxiliares presidenciais começaram a cogitar a possibilidade da iniciativa ser retomada em novembro, hipótese revelada pela Folha de S.Paulo na segunda-feira (22). Segundo Marun, é “impossível” colocar em votação a proposta em novembro, após a disputa eleitoral, e a opinião do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que cogita a possibilidade, “não condiz com o pensamento” do Palácio do Planalto. “O ministro Henrique Meirelles não participou das últimas conversas que tivemos aqui. Ele viajou a Davos e não participou das ultimas reuniões”, disse. Para o ministro, não existe Plano B sobre a proposta, apenas Plano A. De acordo com ele, o Palácio do Planalto conta com cera de 268 votos, número inferior aos 308 necessários para aprová-la. “É mais fácil o Sargento García prender o Zorro do que a proposta ser votada em novembro”, disse o ministro, em referência ao militar sem habilidade com a espada da famosa série televisiva dos anos 1950. O discurso da equipe econômica é de que, na hipótese de o novo presidente não ser contra a reforma, haverá uma última janela para a votação, uma vez que parte da base aliada não conseguirá se reeleger. A preocupação com os efeitos na disputa eleitoral de aprovar uma medida impopular, assim, não fariam mais sentido.