O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decide nesta quarta (24) se confirma ou não em segunda instância a decisão do juiz Sergio Moro que condenou o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Caso a condenação seja confirmada, Lula pode ficar impedido de disputar a eleição presidente, em função de Lei da Ficha Limpa. A sessão começou às 8h30. 

Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.

Moro, porém, absolveu o ex-presidente na acusação sobre o acervo presidencial. Para Moro, Lula tinha um papel relevante no esquema criminoso da Petrobras, já que cabia a ele indicar os nomes dos diretores da estatal, e os álibis invocados por sua defesa, que argumenta que o apartamento jamais esteve no nome do petista, são falsos. 
O magistrado diz que há provas documentais e testemunhais conclusivas a respeito da propriedade, que confirmam que o tríplex foi atribuído ao ex-presidente e sua esposa desde o início. Luiz Inácio Lula da Silva foi beneficiado materialmente por débitos da conta geral de propinas, com a atribuição a ele e a sua esposa, sem o pagamento do preço correspondente, de um apartamento tríplex, e com a realização de custosas reformas no apartamento, às expensas do grupo OAS, escreveu o magistrado. 

Segundo a defesa, a OAS não tinha como ceder a propriedade ou prometer a posse do imóvel ao ex-presidente. Em depoimento a Moro, Lula declarou que não é dono do apartamento no Guarujá, que desistiu da compra do imóvel e que, por isso, não há como acusá-lo de ter recebido vantagens.

Veja passo-a-passo como será o julgamento

1) O julgamento começou com a abertura da sessão pelo o presidente da 8ª Turma, Leandro Paulsen;
2) Em seguida, o relator, João Pedro Gebran Neto, faz a leitura do relatório do processo;
3) MPF (Ministério Público Federal) se manifesta por até 30 minutos;
4) Terá início a sustentação oral da defesa dos sete réus, sendo 15 minutos para cada uma;
5) O relator lê seu voto;
6) O revisor Leandro Paulsen vota, sendo que pode haver pedido de vista;
7) Victor Luiz dos Santos Laus vota, sendo que pode haver pedido de vista;
8) O presidente da 8ª Turma, Leandro Paulsen, proclama o resultado.