MARTHA ALVES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça do Rio anulou o testamento milionário de Renné Senna, ganhador da Mega-Sena, que beneficiava a viúva Adriana Ferreira de Almeida. Ela foi condenada a 20 anos de prisão por mandar matar o marido, que ganhou o prêmio de R$ 52 milhões. O testamento anulado deixava metade dos bens de Senna para a sua única filha Renata Senna e os outros 50% para a viúva Adriana.

A decisão da Justiça aceitou o recurso dos familiares do milionário morto. O desembargador Elton Leme falou que o testamento feito em 2006 é nulo porque favorecia a viúva. Segundo o magistrado, Adriana “não estava legitimada a receber a herança em razão de ter sido condenada criminalmente pela morte dolosa de Renné”. O testamenteiro e inventariante Marcos Pizarro Ourivio, nomeado por Senna, também é réu no processo. Segundo os autores da ação, Ourivio tinha interesse no testamento porque era sócio-gerente da empresa que administrava os bens da vítima.

MORTE

Senna foi morto em janeiro 2007, dois anos após ganhar o prêmio de R$ 52 milhões na Mega-Sena. A viúva teria se aliado a uma amiga e a quatro ex-seguranças do milionário para cometer o crime. Deficiente físico, Senna teve as duas pernas amputadas por causa da diabetes. O ex-lavrador foi morto com quatro tiros na cabeça em um bar em Rio Bonito (RJ). Em 2016, Adriana foi condenada a 20 anos de prisão como mandante do crime. Ela recorre da decisão em liberdade. O ex-PM Anderson Sousa e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira, acusados de serem os autores dos disparos, foram condenados, em julho de 2009. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime. A outra ré no processo, amiga de Adriana, foi absolvida.