ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito João Doria (PSDB) promulgou lei que estabelece o fechamento do elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, uma hora e meia mais cedo em dias úteis e durante o sábado inteiro. 
A legislação, assinada por vereadores da oposição e da base aliada, trata da oficialização da criação do parque Minhocão e desativação gradual do elevado, que liga o centro à zona oeste. 
Em 30 dias, a via passará a ser fechada durante todo o sábado, não mais a partir das 15h. 
Além disso, em até 90 dias, o horário de abertura do elevado para veículos passará a ser das 7h às 20h -hoje é das 6h30 às 21h30. 
Na prática, porém, o prefeito vetou artigos que possibilitariam que o espaço passasse a funcionar como um parque convencional. Os artigos vetados previam o fechamento Minhocão -primeiro, durante as férias escolares e depois totalmente, em até 1.440 dias. 
Doria justificou que estudos técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) chegaram à conclusão de que a via não pode ser desativada até que “se proceda às melhorias no sistema viário a ser impactado em decorrência da desativação da via elevada em questão”.
A lei prevê a criação de um conselho gestor para o parque, mas limita o poder do grupo, que não será mais deliberativo. 
Parlamentares ainda não desistiram de fazer o prefeito mudar de ideia em relação, ao menos, a parte dos vetos.  
A desativação gradual do elevado já estava prevista no novo Plano Diretor, aprovado em 2014. 
O futuro do Minhocão desperta polêmica, já que enquanto há grupos favoráveis à transformação em parque, outro quer que ele seja totalmente retirado da área. 
O grupo Desmonte Minhocão enviou nota à reportagem afirmando que Doria “perpetua monstrengo do Minhocão, imposto pelo [Paulo] Maluf”. 
O grupo afirma que a lei é um crime contra os moradores da região e que o Minhocão tem problemas de segurança, como mais de 1.500 pontos de infiltração.