Faltando seis meses para o início da campanha eleitoral, a corrida pelas duas vagas em disputa no Paraná para o Senado segue indefinida e cercada de dúvidas. A principal delas envolve o governador Beto Richa (PSDB), que a pouco mais de um mês para o prazo final, ainda não decidiu se renuncia ou não ao cargo para concorrer a uma cadeira na chamada Câmara Alta. Ele tem até 7 de abril para tomar essa decisão, que acabará influindo não só no quadro para a disputa pelo Senado, mas na própria sucessão para o Palácio Iguaçu. A outra é sobre o destino do senador Roberto Requião (PMDB), que tende a disputar a reeleição, mas no momento, tem se colocado como candidato ao governo.
Até agora, Richa tem dado sinais contraditórios sobre o assunto. Chegou a afirmar que a tendência seria permanecer no governo para aproveitar o bom momento de sua administração. Mas ao mesmo tempo, tem cumprido nos últimos meses agenda de candidato, com inaugurações de obras e liberação de recursos. Caso ele deixe o governo, assume a vice-governadora Cida Borghetti (PP), que assim se viabilizaria como candidata à reeleição.
Requião, por sua vez, chegou a buscar um acordo no final do ano passado com o ex-senador e pré-candidato ao governo, Osmar Dias (PDT). Como as conversas não evoluíram, anunciou a intenção de concorrer pela sexta vez ao Palácio Iguaçu. Mas aliados do peemedebista seguem apostando que ele disputará a reeleição para o Senado, e que a pré-candidatura ao governo seria apenas uma estratégia para se cacifar e buscar uma aliança mais vantajosa para continuar senador. A vantagem de Requião é que ele tem até 6 de agosto para se decidir.
Refluxo – As demais pré-candidaturas vão depender da definição do tucano e do peemedebista. Caso os dois disputem o Senado, a tendência é de que muitos dos nomes colocados hoje refluam. A lista inclui o deputado estadual Ney Leprevost (PSD); o ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT); os deputados federais Rubens Bueno (PPS), Fernando Francischini (SD) e Christiane Yared (PR); o ex-prefeito de Londrina, Alexandre Kireff (Podemos); e o procurador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. O procurador, porém, decarta entrar na disputa. Não há intenção de sair candidato. Não houve contato de nenhum integrante com partidos ou lideranças políticas, garantiu ele, através de assessoria.
Filiação – O PT deve decidir no dia 24 de março, em uma reunião do direitório estadual, qual candidato deve lançar ao Senado. O partido vai considerar a disposição dos ex-deputados Angelo Vanhoni, Jorge Samek, Luciana Rafagnin e Doutor Rosinha, atual presidente estadual da legenda.
O PSOL também deve definir em convenção marcada para abril se lança Professor Piva, que foi candidato ao Senado nas duas últimas eleições ou Leandro Dias, atual presidente estadual da legenda.
Por lei, nos seis meses que antecedem as eleições, os candidatos em geral, incluindo outsiders, como Deltan Dallagnol, já devem estar filiados aos partidos se pretenderem se candidatar. Ainda oficialmente indeciso sobre a possibilidade de se candidar ao Senado, Beto Richa, para lançar seu irmão, Pepe, como deputado federal e seu filho, Marcello, como deputado estadual, precisa se licenciar e entregar o governo à sua vice, Cida Borghetti, pré-candidata à governadora. A negociação corre também com o ministro da Saúde Ricardo Barros (PP), marido de Cida. Após essa decisão, os outros candidatos medalhões devem optar se concorrem ao governo ou Senado.

Demais pré-candidatos na expectativa

O deputado estadual Ney Leprevost (PSD), um dos políticos que manifesta abertamente intenção de se candidatar ao Senado, torce para que seu companheiro de partido, o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD) mantenha-se firma na corrida ao governo para que ele assuma a candidatura ao Senado. Minha candidatura ao Senado vem se desenhando favoravelmente.
A saída do governador como candidato pode também ser estímulo a sair. Mas eu diria que o mais importante de todas (as conjunturas) é ter certeza do que (Roberto) Requião e Osmar (Dias) vão fazer. Um dos dois candidatos sai candidato ao Senado. Queira ou não, ambos tem muitos votos. Também saber se Deltan Dallagnol acaba saindo de úlitima hora. Tudo isso é determinante, avalia Leprevost.
Para o político do PSD, a candidatura de Ratinho Junior ao governo do Estado é irreversível. Ele praticamente está em camapanha, é o mais animado, define.
Também na expectativa das definições de abril, o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT), que depende essencialmente da decisão de Osmar Dias, não descarta participar da corrida pelo Senado. Vários partidos tem procurado e oferecido a vaga de candidato ao Senado, informou a assessoria de Fruet.
Mais decidido está Alexandre Kireff (Podemos). O ex-prefeito de Londrina afirma que não depende de nenhum outro fator que não a própria vontade e aprovação do partido. Fui convidado por Alvaro Dias em dezembro para ser candidato ao Senado e aceitei. A partir de então, passei a ser pré-candidato. Quanto a possíveis outras candidaturas, seja de (Deltan) Dallagnol ou de qualquer outra pessoa, elas não modificam minha posição. A candidatura depende apenas das formalidades oriundas da legislação eleitoral, crava.
A minha expectativa é que o Podemos dispute as próxima eleições com uma chapa pura, sem candidato ao governo, com o Alvaro Dias disputando a presidência da República, conta Kireff.