DANIELLE BRANT
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de amargarem a maior queda semanal em dois anos, os principais índices americanos acumularam forte valorização nos cinco pregões desta semana, em movimento de recuperação que contagiou a Bolsa brasileira.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, avançou 0,28%, para 84.524 pontos. Na semana, a alta foi de 4,48% -a maior valorização desde a semana encerrada em 26 de janeiro.
Nos Estados Unidos, a alta foi ainda mais expressiva. O Dow Jones subiu 4,25% e teve a melhor semana desde novembro de 2016. O S&P teve alta de 4,3%, a maior desde janeiro de 2013. E a Nasdaq subiu 5,3%, a maior valorização semanal desde dezembro de 2011.
O movimento desta semana foi uma recuperação após investidores embolsarem lucros na semana passada, avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
“A realização da semana anterior foi um freio para futura retomada. O mercado tinha subido muito. Houve fatores que estressaram um pouco e os mercados aproveitaram para realizar lucro”, diz. “Mas, por trás, há um cenário de recuperação da economia global, o que mantém os mercados acesos.”
A recuperação ocorreu mesmo com dados de inflação acima do esperado no EUA -o que poderia levar o banco central americano a elevar os juros mais que o previsto. Isso aumentaria os rendimentos dos títulos da dívida dos EUA e enxugando parte do dinheiro que hoje está aplicado em Bolsa.
PREVIDÊNCIA
No Brasil, o possível adiamento da votação da reforma da Previdência, após a intervenção militar no Rio de Janeiro, teve pouco impacto nos mercados.
“Seria importante que saísse alguma coisa. Se fosse aprovada alguma coisa, melhorava um pouco mais [os indicadores]”, diz Bandeira.
O dólar acompanhou o enfraquecimento no restante do mundo e caiu 0,37%, para R$ 3,222. Na semana, a queda foi de 2,46%, a maior em sete meses.