Quando pesquisada a palavra bullying no Google, a primeira definição que aparece é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão.

No Brasil pesquisadores começaram a desenvolver estudos sobre o bullying nas escolas há 18 anos. Pesquisas comprovaram a incidência do bullying, tanto nas escolas públicas quanto nas particulares.

Diante deste cenário o questionamento mais comum dos pais é o que fazer quando se depararem com uma situação onde o filho for a vítima deste tipo de ataque.

Além disso, os pais precisam saber como a escola pode ajudar e quando a melhor solução é fazer a troca de instituição de ensino. Para essas indagações não existe uma única fórmula correta que serve para todos os casos, afirma a fundadora da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC), Tania Paris.

Ela ressalta que, se a opção for mudar de escolar, é importante que os pais tenham consciência de que a criança vítima de violência geralmente se encontra em um momento de muita sensibilidade para iniciar novos relacionamentos. Para ajudá-la a enfrentar esta fase, é necessário conversar com pessoas-chave na escola, pedindo apoio.

No mínimo o coordenador pedagógico e o professor devem ser informados do histórico da criança, diz Tania. Ao longo do acompanhamento na escola, os pais devem ajudar a reforçar as habilidades emocionais e sociais, acrescenta.

Outro ponto importante é conhecer o cotidiano da escola escolhida. Tania orienta a verificar se há programas que estimulem o desenvolvimento das competências emocionais das crianças e adolescentes, além de questionar como os educadores tratam o bullying e os demais assuntos relacionados aos comportamentos autodestrutivos. Conversar com os pais que já passaram e superaram esta experiência também é de extrema importância, afirma.

No entanto, a psicóloga Andrea Maura Benini alerta que em casos de bullying a opção de mudar de escola deve ser a última a ser considerada pelos pais. Ela afirma que isso pode afetar a autoestima da criança e, por isso, essa é uma opção que só deve ser avaliada quando o problema não foi resolvido e a criança continuar a sofrer.

A Secretaria da Educação do Paraná informa que trabalha o enfrentamento e a prevenção ao bullying em formações com todos os profissionais das escolas da rede estadual, acompanha as denúncias e realiza os encaminhamentos necessários.

Uma das formas que as escolas utilizam para enfrentar o bullying é promover a educação para os direitos humanos, de modo a respeitar as diferenças de ordem religiosa, cultural, social, étnica, racial, de gênero, sexual, e todas as diversidades.

Também é importante, conforme nota da Secretaria de Educação, incentivar a participação da comunidade no ambiente escolar. Além disso, informa que as escolas seguem um protocolo para tratar a questão.

Entre as estratégias propostas está a de informar vítima sobre a necessidade de registrar um boletim de ocorrência para os casos em que houver ameaças constantes, com risco à integridade física e moral.


Casos de ameaças constantes que representem risco à integridade física e moral
Assim que informada do fato, a equipe gestora da escola deverá orientar a vítima para que faça registro de boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil mais próxima. Os responsáveis legais, no caso de menores de idade, também serão informados quanto à situação.

Briga entre estudantes
Em caso de brigas que resultem em lesão corporal, o SAMU deverá ser acionado ou o estudante ferido deverá ser encaminhado à unidade de saúde pelos responsáveis. A direção ou equipe pedagógica deverá imediatamente entrar em contato com os pais ou responsáveis e com autoridade policial do Batalhão da Patrulha Escola Comunitária (BPEC) ou da região, pelo número 190, para o atendimento da ocorrência.

Exposição de imagem na internet
Assim que informada, a equipe gestora deverá coletar o maior número possível de informações relacionadas à situação, procurando identificar as pessoas envolvidas. Em seguida solicitar a retirada das imagens ou vídeos da internet, informando a autoridade policial em caso de ato infracional ou crime. A equipe gestora também deve informar aos responsáveis legais, orientando-os a registrar boletim de ocorrência no Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber), quando em

Curitiba e Região Metropolitana, ou na Delegacia de Polícia local.
A escola irá orientar os estudantes sobre a exclusão de imagens ou vídeos recebidos por aplicativo ou em mídia social, esclarecendo que encaminhar ou permanecer com o material é considerado ato infracional.
Em todos esses casos a escola deve registrar a ocorrência em ata.
Como identificar o bullying e o que fazer

Características:
Isolamento
Medo
Irritabilidade
Baixo rendimento escolar
Marcas no corpo
(casos de violência fisíca)
A escola deve ter profissionais preparados para identificar casos de bullying. Tanto a vítima como o praticante precisam de ajuda.
Os pais precisam dar credibilidade e escutar as queixas dos filhos. Observar, acompanhar os filhos nas atividades escolares, pois momentos de partilha podem criar um contexto seguro e propício para a exposição das vulnerabilidades.
E o cyberbullying?
Cyberbullying é a agressão feita via internet, em e-mail e posts nas redes sociais. Segundo pesquisa da ONG Plan, 69% das vítimas de bullying têm entre 12 e 14 anos. E a prática do cyberbullying está cada vez mais comum.
Com a internet, o bullying passou de restrito a poucos para atingir um público incontável, pois as redes sociais disseminam as agressões de maneira incontrolável e com muita rapidez, além de permanecer nos meios virtuais para sempre.