SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A segunda derrota em clássicos no ano colocou o emprego de Dorival Júnior, técnico do São Paulo, em risco. A primeira prova de fogo pela qual o treinador terá de passar para sobreviver no cargo será nesta quarta (21), contra o Ituano, em Itu.
Caso não vença no estádio Novelli Júnior, a situação de Dorival no comando do time tricolor pode ficar insustentável. O jogo, válido pela sétima rodada do Paulista, foi adiado em função do compromisso do time pela segunda fase da Copa do Brasil -vitória por 2 a 0 sobre o CSA-AL.
O treinador enfrenta críticas por não conseguir montar um time eficiente. Assim como no Brasileiro de 2017, o São Paulo apresenta números positivos no que se refere ao controle do jogo. Segundo dados do Wyscout, a equipe tem a maior média de posse de bola do Paulista (58,5%) e é o terceiro clube que mais troca passes no torneio (3.514, com 85,6% de acertos).
A principal deficiência são as finalizações. Com seis gols marcados, o São Paulo têm um dos piores ataques do Paulista, empatado com a Ponte Preta e na frente de Bragantino, Mirassol e São Caetano -todos com cinco gols.
A equipe tricolor é a 11ª tido campeonato em número de chutes a gol, com 83. A média de acertos é de 33,7%.
Os números ajudam a explicar a derrota por 1 a 0 para o Santos, no domingo (18). O São Paulo controlou o jogo no primeiro tempo, mas não teve forças para reagir após o gol de Gabriel, aos oito minutos da segunda etapa.
“O treinador não faz gols. Ele tem obrigação de tentar levar a equipe até a intermediária adversária e fazer um sistema defensivo que lhe dê tranquilidade”, disse Dorival após o clássico, no qual a torcida o xingou de “burro”.
Segundo o UOL, a declaração não pegou bem entre dirigentes, que viram nela uma tentativa do técnico transferir a responsabilidade pelo resultado negativo aos atletas.
Apesar dos números ruins no ataque, o time lidera o Grupo C, com dez pontos, e tem uma das melhores defesas do Paulista. Levou apenas cinco gols, assim como Palmeiras e São Bento.
A situação de Dorival, porém, é delicada porque foi no ataque que a diretoria investiu neste ano. O time contratou Diego Souza por R$ 10 milhões para substituir Lucas Pratto. Depois vieram os meias Nenê e Valdívia e o atacante Tréllez -este último é reserva e custou R$ 6 milhões.
Dorival admitiu que não foi consultado sobre as contratações de Nenê e Tréllez. “Nós estávamos trabalhando com outros nomes, que fazem outras funções, mas eles são jogadores que vêm para qualificarmos o grupo”, afirmou o técnico, no final de janeiro.
Dorival ainda tem Cueva no elenco. Para escalar os principais reforços como titulares, o treinador se viu obrigado a armar o time no 4-2-3-1, com Nenê e Marcos Guilherme abertos nas laterais, Cueva centralizado e Diego Souza isolado na frente.
A lentidão do ataque irritou a torcida nas últimas rodadas. A formação, portanto, sofrerá alterações em Itu.
Cueva deve ficar mais perto da área, o que mudaria o esquema para o 4-4-2. A intenção é aproximar Diego Souza do restante do setor ofensivo e permitir que ele seja acionado sem que esteja cercado por marcadores.
Outra alteração será a entrada de Hudson no lugar de Petros. O zagueiro Rodrigo Caio também voltará ao time após cumprir suspensão.

ITUANO
Vagner; Igor, Alisson, Léo, Raul; Baralhas (Marcos Serrato), Tony, Bassani; Ronaldo, Marcelinho, Claudinho. T.: Vinícius Vergantin

SÃO PAULO
Sidão; Militão, Bruno Alves, Rodrigo Caio, Reinaldo; Jucilei, Hudson, Cueva, Nenê; Marcos Guilherme, Diego Souza. T.: Dorival Júnior

Estádio: Novelli Jr., em Itu (SP)
Horário: 21h45 desta quarta-feira
Juiz: Leandro Bizzio Marinho