TALITA FERNANDES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), minimizou nesta terça-feira (20) a agenda econômica anunciada pelo governo na noite de segunda (19) em substituição à reforma da Previdência. “Que pauta prioritária que eu não sei?”, disse ao ser questionado sobre o tema. Indagado sobre se a agenda governista atrapalhará a votação de projetos de segurança pública, listados por ele como prioridade para o ano, ele respondeu não é o governo que faz a agenda do Congresso. “A pauta do Congresso quem faz somos nós do Congresso, não é o governo que faz pauta aqui. Ele pode encaminhar projetos e aí eu pautarei ou não”, disse. Na sessão de abertura do ano no Legislativo, Eunício anunciou nove medidas relacionadas à segurança pública como prioridade para 2018. Senador pelo MDB, ele disputa a reeleição pelo Estado do Ceará, que enfrenta dificuldades com brigas de facções criminosas. “O projeto de segurança eu defini quando da minha fala de abertura do Congresso, quando todo mundo falava de Previdência”, disse. A fala do presidente do Senado ocorre no mesmo dia em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se mostrou irritado com o anúncio do governo. Ele disse que não tratará de maneira prioritária os projetos citados. “Essa não será a pauta da Câmara, a pauta da Câmara será a que nós junto com os líderes entendermos que é relevante.” Dos projetos apresentados, 11 já estão em tramitação no Congresso. “É meio sem sentido, os projetos já estão na Câmara. Se o governo quer uma pauta econômica a mais, apresente uma”, afirmou. Para Maia, a apresentação foi um “desrespeito”. “Vamos respeitar a independência dos Poderes. Acho que a apresentação de ontem foi um equívoco, um desrespeito ao Parlamento.” Estão na lista de prioridade, por exemplo, a autonomia do Banco Central, a reforma do PIS/Cofins, a reoneração da folha de pagamento e a privatização da Eletrobras. A pauta prioritária foi apresentada após o governo desistir de votar a reforma da Previdência antes das eleições. Com a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, a Constituição não pode ser emendada, o que inviabilizou a reforma.