O número de novos usuários de planos de saúde particulares cresceu no País no ano passado em relação ao ano anterior, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). E o maior crescimento foi verificado no Paraná, que contabilizou mais de 50 mil novos usuários. O Estado tinha em janeiro deste ano 2.858.788 pessoas em planos de saúde, contra 2.808.143 em janeiro de 2017.
Sozinho, o Estado representa 78% da alta média nacional, de 64 mil novos planos entre um ano e outro. No balanço divulgado pela ANS, 16 Unidades Federativas apresentaram aumento no número de beneficiários no último ano.
O documento da ANS mostra um quadro diferente do verificado até o ano passado, quando os planos privados vinham de perdas de clientes. Em Curitiba mesmo, de 2015 a 2017, foram cerca de 45 mil usuários a menos, que teriam migrado para o serviço público, o Sistema Único de Saúde (SUS).
Recuperação
Os números da ANS apontam para uma recuperação lenta do setor. Porém, ainda há muito a avançar. O número de usuários de janeiro deste ano ainda é menor do qude o de 2013, quando eram cerca de 47,9 milhões de pessoas. O auge acoteceu em 2015, quando o sistema chegou contar com mais de 50 milhões de usuários.
A partir do ano seguinte começa um declínio — que coincide com o agravamento da crise econômica no Brasil — quando o número de usuários caiu para pouco mais de 48,5 milhões, até atingir os 47,4 milhões de usuários em janeiro de 2017. A tendência de alta começa a partir do meio do ano e se intensificou a partir de outubro.

Maioria não tem plano
Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com 1.500 consumidores das capitais do país revela que 70% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular — seja ele individual ou empresarial, percentual ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E (77%). De acordo com o estudo, quando essas pessoas precisam de atendimento, 45% alegam utilizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante (25%) arca com dinheiro do próprio bolso para pagar pelos serviços necessários. Entre quem paga o plano individualmente (11%), a média de valor gasto mensal é de R$ 439,54. Considerando tanto quem paga o plano quanto quem tem o plano pago por terceiros (6%), quatro em cada dez entrevistados (42%) escolheram pelo preço acessível, seguido pela qualidade dos hospitais e clínicas oferecidos (33%) e recomendação de outras pessoas (22%).