SILAS MARTÍ
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – Mesmo que venha dominando a agenda política recente, o debate migratório é espinhoso nos EUA desde o século 19.
O país teve uma política de fronteiras abertas para qualquer imigrante, exceto chineses, por quase cem anos, até os anos 1920, mas passou a deportar alguns estrangeiros com base em critérios morais e higienistas em 1891, criando um teto para entradas em 1924.
Mas os admitidos nas primeiras ondas migratórias eram em grande parte brancos europeus.
A grande mudança veio na década de 1950, quando mais de 1 milhão de imigrantes, sobretudo mexicanos, foram expulsos numa operação para evitar que trabalhadores temporários das lavouras, os “braceros”, tentassem fixar residência ali.
Desde então, políticas de imigração nos EUA oscilaram entre tentativas de expulsão em massa e anistias, como a de 1986, que legalizou cerca de 3 milhões de pessoas.
“É fantasia do presidente dizer que uma política de segurança na fronteira evitaria todas as entradas ilegais”, diz Mae Ngai, historiadora da Universidade Columbia. “Dados mostram que restrições não impedem a entrada de ninguém.”