PAULO BATISTELLA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fluminense e Flamengo vão fazer neste sábado (24), a partir das 17h (de Brasília), o primeiro clássico do Campeonato Carioca deste ano sem prejuízo aos clubes. Fator determinante para isso é o local da partida: a Arena Pantanal, em Cuiabá (MT). Os times costuraram acordo para repassar a organização do duelo em troca de cotas fixas, sem responderem por arrecadação e despesas —o Fluminense é o mandante.

O Flamengo adotou essa estratégia ao levar as partidas contra Nova Iguaçu e Boavista, esta última a final da Taça Guanabara, para o Mané Garrincha, em Brasília, e o estádio Kleber Andrade, em Cariacica (ES). Faturou R$ 250 mil e R$ 300 mil, respectivamente.

Os outros três dérbis já disputados no Carioca foram realizados no Rio, aos cuidados das equipes, e tiveram saldos negativos na receita líquida, segundo os borderôs divulgados pela Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro). Fluminense e Vasco arrecadaram R$ 220.510,00 com ingressos pela segunda rodada da Guanabara, mas gastaram R$ 510.992,52 para atuarem no Maracanã, com prejuízo de R$ 290.082,52 —só o aluguel e o custo operacional do estádio somados chegaram a R$ 298.233,27. Já Flamengo e Vasco, em duelo válido pela quarta rodada do primeiro turno, viram deficit de R$ 457.785,04 na receita líquida ao jogarem também no Maracan㠗o rombo maior neste caso se deve a soma de aluguel e custo operacional, que atingiu R$ 493.919,43.

O clássico mais recente, entre Flamengo e Botafogo, pela semifinal da Guanabara, teve despesas menores por ter sido alocado no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, mais ainda assim gerou prejuízo de R$ 58.418,47. O jogo entre Corinthians e São Paulo, que foi o único clássico paulista deste ano em que o mandante gastou com aluguel de estádio, o Pacaembu no caso, teve renda líquida de R$ 796.703,26. Sem contar cota de TV, só equilibrando arrecadação de ingressos e custos. Vale ressaltar que nestes casos citados acima a Ferj apresenta um saldo positivo ao acrescentar as cotas líquidas de televisão à receita da partida nos borderôs. Apesar de financeiramente vantajosas, as mudanças de praças desagradam torcedores locais. Só nos últimos dois anos, Fluminense e Flamengo se enfrentaram em Cariacica, Brasília, São Paulo e Natal (RN).

O próprio técnico tricolor, Abel Braga, admitiu “muita tristeza” pela mudança de Estado. “Com todo respeito a Cuiabá, mas o Fla-Flu é do Rio de Janeiro, é do carioca. Não pode tirar um clássico desse tamanho daqui, um clássico que é considerado o mais charmoso do país, uma pena.” O treinador ainda disse que o Maracanã, fechado para eventos, “virou palco de samba”. Caso quisessem jogar na capital fluminense, os rivais precisariam negociar com o Botafogo, que vive relação conturbada com o Flamengo, e arcar com os custos do Engenhão.

REENCONTRO ADIADO

De olho na estreia na Taça Libertadores, na próxima quarta-feira (28), o Flamengo deverá poupar a maioria de seus titulares. Deste modo, o atacante Henrique Dourado não irá reencontrar de imediato o Fluminense, clube que defendeu até o início deste ano. O time tricolor preferiu não relacionar os volantes Airton e Douglas, que se recuperaram recentemente de lesão. FLUMINENSE Júlio César; Renato Chaves, Gum, Ibañez; Gilberto, Richard, Jadson, Sornoza, Marlon; Marcos Júnior, Pedro. T.: Abel Braga FLAMENGO Diego Alves; Pará, Thuler, Léo Duarte, Trauco; Cuéllar, Rômulo, Jean Lucas; Marlos Moreno, Felipe Vizeu, Vinícius Júnior. T.: Paulo César Carpegiani Estádio: Arena Pantanal, em Cuiabá (MT) Horário: 17h (de Brasília) deste sábado Juiz: Mauricio Machado Coelho Júnio