BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Para colocar Fujimori no banco dos réus, a Justiça peruana teve de seguir um caminho lento.
Primeiro, porque só estava permitido julgá-lo pelos crimes pelos quais foi pedida sua extradição desde o Chile, em 2007. Estes eram os os massacres de La Cantuta e de Barrios Altos, onde 25 civis foram mortos pelo Colina, o sequestro do jornalista Gustavo Gorriti e alguns casos de corrupção.
A extradição permitiu que o julgamento por esses delitos fosse a cabo, com a condenação a 25 anos de cadeia. Outros casos, porém, seguiram bloqueados porque não constavam do pedido inicial de extradição, como o massacre de Pativilca e a esterilização sem consentimento de mais de 200 mil mulheres, além de outros casos de corrupção e de conflitos de interesse.
Apenas no ano passado a Justiça peruana conseguiu que a Suprema Corte do Chile ampliasse as razões da extradição para incluir o caso de Pativilca. Os outros seguem à espera.
O advogado de Alberto Fujimori, Miguel Pérez Arroyo, disse que o ex-presidente não se recusará a falar sobre o episódio, mas quer garantido seu direito de fazê-lo em liberdade.
Uma pesquisa de janeiro mostra que 49% dos peruanos são contra o perdão, enquanto 50% o aprovam.