BEATRIZ FIALHO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Assassin’s Creed: Origins, o décimo título principal da série, foi lançado em outubro de 2017 com a promessa de ser visualmente incomparável aos anteriores. O jogo, que inspirou filme com Michael Fassbender, traz, além de pirâmides, esfinges, estátuas e um gráfico aprimorado, a possibilidade de aprender a história das civilizações locais. Pensando na capacidade educativa do game imersivo, a desenvolvedora Ubisoft fez uma extensão para a versão mais recente: o modo explorador, no qual o jogador não tem nenhuma missão ou objetivo, a não ser o prazer de explorar o cenário, que se passa no Antigo Egito. “Nossa aposta foi fazer o primeiro jogo que seja ação, aventura, RPG para os gamers, mas também muito conteúdo cultural”, disse Bertrand Chaverot, presidente da Ubisfoft na América Latina. DUAS CONFIGURAÇÕES No modo de jogo “normal”, Bayek, um dos principais assassinos (uma espécie de clã), deve completar uma série de objetivos para manter a salvo sua sociedade. Combate e aventura em primeira pessoa. Já na configuração “Discovery Tour”, nenhuma ação é necessária, e os jogadores podem explorar livremente o cenário ou escolher entre os 75 tours guiados. O modo pode ser baixado gratuitamente (se o usuário tiver o jogo para Xbox One ou Playstation 4) ou pode ser adquirido para PC, por um valor mais acessível do que o jogo completo. Online, a extensão custa R$ 59,90 e pode ser baixada na UPlay ou no Steam. Segundo Bertrand, a intenção era a de beneficiar todos que têm interesse cultural pelo jogo, incluindo professores de história, que se animam em usar o recurso gráfico como objeto educativo. Para eles, agora não será mais preciso cumprir desafios para andar pelo cenário: o modo explorador não é, exatamente, “jogado”. “É uma nova apresentação de conteúdo educativo e cultural. Muitas pessoas não têm oportunidade, tempo ou interesse para aprender a jogar com aqueles botões complicados. Mas, com a qualidade do gráfico, certamente se interessarão em conhecer a história”, diz Bertand. DIVERSÃO E APRENDIZADO Luiz Barna, especialista em “gamificação” e professor de “advergames” na Fapcom, explica que todos os jogos têm uma relação com educação. “Incutem nos jogadores um desejo de conhecer mais sobre aqueles personagens retratados, além de trabalhar coordenação, raciocínio lógico, capacidade de tomar decisões sobre pressão e muitas outras habilidades”, disse. Embora este seja o primeiro modo desenvolvido com o propósito educativo, o aprendizado já era um fator intrínseco aos jogos. O grande desafio, no entanto, está em “superar a chatisse” por trás do conteúdo escolar. “Jogos educativos possuem muito potencial, se romperem a barreira de serem chatos em sua grande maioria. Nesse ponto a Ubisoft vem demonstrando que é possível ser educativo e divertido ao mesmo tempo”, completou Barna.