RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, pediu ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do estado, Marcelo Bretas, que recursos de esquema de corrupção recuperados pela operação Lava Jato sejam direcionados à segurança pública.
Bretas é o juiz que concentra as ações da Lava Jato na Justiça Federal do Rio. O interventor esteve com o magistrado em uma reunião, na manhã desta quinta-feira (8), na qual demonstrou apoio institucional à operação.
A ideia é que recursos recuperados no âmbito da operação sejam usados para reequipar as polícias do Rio, investir em frota e adquirir equipamentos de investigação e inteligência. 
A aplicação de dinheiro devolvido pela Lava Jato no estado do Rio não é propriamente inédita. Desde o início da operação, recursos desviados foram devolvidos à Petrobras, investidos em reformas de escolas e também direcionados para pagar o 13º atrasado do funcionalismo público fluminense.
Geralmente, essas devoluções são firmadas em acordo entre a Justiça Federal, Ministério Público Federal e o governo do estado. Ainda não é clara a modelagem jurídica a ser adotada no ramo de segurança pública, já que com a intervenção o comando da pasta fica a cargo de Braga Netto, que não responde ao Executivo estadual. 
Segundo o porta-voz do Gabinete da Intervenção Federal, coronel Roberto Itamar, Bretas teria se comprometido a colaborar com o interventor. 
Nomeado após decreto assinado pelo presidente Michel Temer em fevereiro, o interventor Braga Netto tem sob sua responsabilidade a secretaria de Segurança, os Bombeiros e a administração penitenciária. 
Um dos objetivos da intervenção é a recuperação da chamada “capacidade operativa” das polícias, por meio de investimentos em logística, armamento, materiais e pessoal. 
Ainda não está claro, contudo, de onde partirão os recursos para as ações pretendidas para o Rio. A busca de recursos recuperados da Lava Jato é uma forma de injetar dinheiro nas ações sem, necessariamente, queimar o caixa do estado ou do governo federal. 
NOVAS OPERAÇÕES
Nesta quinta-feira, militares e as polícias fizeram uma nova operação na favela Vila Kennedy, zona oeste do Rio. É a quinta vez neste ano que as forças de segurança fazem operação na comunidade no Rio.
Militares têm feito revistas de moradores, além de atuarem na retirada de barricadas montadas pelo tráfico de drogas nos acessos da favela. Cerca de 1.400 militares participaram da ação.