ANA LUIZA ALBUQUERQUE, ENVIADA ESPECIAL
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Em Porto Alegre para um encontro de trabalho com a Lava Jato, que reuniu nesta sexta (16) suas forças-tarefas para celebrar os quatro anos da operação, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que continua realizando tratativas para firmar acordos de delação premiada.
Dodge é considerada mais reticente quanto ao uso do instrumento do que seu antecessor, Rodrigo Janot.
Na manhã desta sexta, ela disse que a Procuradoria precisa caminhar com segurança, pois a delação é um instrumento novo, sobre o qual pairam muitas dúvidas jurídicas.
A procuradora-geral também ressaltou que a lei determina o sigilo dos atores envolvidos nos acordos e do conteúdo das cláusulas. Ela disse que, no momento certo, os acordos serão tornados públicos.
Dodge afirmou, ainda, que tão importante quanto desvendar os crimes é exigir o cumprimento dos termos da colaboração, como a apresentação de provas e o ressarcimento dos cofres públicos.
A procuradora-geral também comentou o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido no Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira (14).
Dodge afirmou que a expectativa é que não seja necessário um pedido de federalização das investigações, mas que continua acompanhando o caso.
Ela disse que o crime é uma ameaça à democracia e ressaltou o papel de Marielle como uma forte líder política, defensora de direitos fundamentais.