MARINHO SALDANHA
PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – Um dos pilares da conquista do ouro olímpico pela seleção brasileira foi a mudança no time ocorrida a partir da entrada de Luan. Esta é a avaliação de Odair Hellmann, auxiliar de Rogerio Micale naquela equipe nacional e hoje técnico do Internacional. E qualquer dúvida sobre o jovem gremista ficou menor com o rendimento nos Jogos do Rio de Janeiro, indiretamente com participação do colorado.
Odair, como auxiliar, observava o bom rendimento de Luan nos treinos. “Ele estava voando”, disse em conversa informal no começo do ano, relembrando a participação da seleção naquela conquista. O sentimento referido por ele e compartilhado pela comissão técnica na ocasião era que um lugar precisava ser encontrado para Luan. Restava saber qual.
O atual técnico do Inter, na época auxiliar, conhecia do contexto gaúcho o rendimento de Luan, o suporte que poderia dar ao time e também a capacidade de aguentar a pressão em diversos momentos. O meia-atacante gremista é frio e não se esconde do jogo mesmo quando as condições soam totalmente adversas.
Odair foi um dos que incentivou a troca. O Brasil não começou bem a competição e empatou os dois primeiros jogos, contra África do Sul e Iraque, ambos por 0 a 0. Pressionado, precisava bater a Dinamarca no terceiro duelo da fase de grupos.
Luan entrou no lugar de Felipe Anderson. Walace, que também era do Grêmio na época, foi a outra troca. A seleção fez 4 a 0 e o gremista marcou o último gol. Dali em diante o time só cresceu. Fez 2 a 0 na Colômbia (Luan marcou um), 6 a 0 em Honduras (Luan fez mais um) e bateu a Alemanha nos pênaltis. Ouro inédito para a seleção.
Foi a Olimpíada que deu a Luan holofotes ainda mais fortes além do Rio Grande do Sul. Ele já era bastante conhecido em solo gaúcho, mas a medalha foi a conquista inicial de uma série que ocorreria logo em seguida.
Luan ganhou a Copa do Brasil, a Libertadores, a Recopa, foi eleito Rei da América, foi chamado para seleção principal e pretendido por uma série de clubes europeus. No último domingo, marcou os dois gols do Grêmio na vitória por 2 a 1 do primeiro clássico Gre-Nal do ano.
Neste domingo, Odair novamente terá de conter as ações daquele que ajudou há pouco menos de dois anos. O jogo que abre as quartas de final do Gauchão ocorre às 16h (de Brasília) na Arena.