JOELMIR TAVARES – THAIS BILENKY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após uma série de pressões internas, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) comunicou à cúpula do partido nesta sexta-feira (16) que aceita discutir sua candidatura ao governo de Minas, num movimento que favorece as campanhas do também senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
Em encontro com prefeitos na cidade mineira de Ouro Fino, Anastasia fez discurso com tom de candidato, criticando Fernando Pimentel (PT) e sugerindo que “as forças de oposição” ao atual governador do estado devem permanecer unidas contra um quadro “que é inadmissível, intolerável”.
“Tenho conversado muito com os deputados, com as lideranças do meu partido, dos partidos que estão na oposição [a Pimentel] e com os nossos prefeitos para ter uma posição única e que certamente será vitoriosa no próximo dia 7 de outubro”, disse ele.
Pedindo união “para dar um não, um basta” ao governo Pimentel, ele afirmou: “Não toleramos mais, não podemos tolerar mais”.
O senador vinha resistindo aos apelos para se candidatar ao cargo, que ele ocupou entre 2010 e 2014. Na segunda-feira (12), questionado pela reportagem, Anastasia disse que se mantinha firme na decisão de não concorrer, por acreditar que já havia cumprido uma missão como governador e que não via sentido em voltar. Ele tem mandato de senador até 2023.
Como noticiou o Painel, da Folha de S.Paulo, o tucano voltou atrás depois de uma longa conversa com Aécio e de receber um telefonema do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante dos pedidos, ele foi convencido de que é peça fundamental para Alckmin, dando palanque para o paulista em Minas, estado importante para a campanha presidencial. 
Do ponto de vista do paulista, é fundamental lançar um nome competitivo do PSDB em Minas, diante da ausência de representante tucano no Rio e na Bahia, outros dois colégios eleitorais de peso.
Para Aécio, a entrada do colega de legenda no jogo estadual daria impulso à sua campanha para tentar se reeleger senador, num momento em que sua popularidade está em crise, após a delação da JBS.
Segundo interlocutores, Anastasia afirmou que aceita discutir sua candidatura, mas a decisão final dependerá das coligações partidárias que poderão ser montadas e dos apoios que conseguirá aglutinar. No discurso em Ouro Fino, ele disse que a campanha no estado ainda está na fase de tratativas.
Via assessoria de imprensa, o tucano afirmou que iniciou conversações sobre eventual candidatura com diversos partidos, movimentos sociais e lideranças municipais. “Não há definição ainda. Somente no mês de abril, será anunciada a sua decisão”, disse.
O deputado federal Rodrigo Pacheco (MDB-MG), a quem o senador fez elogios recentemente, estava ao lado dele no evento desta sexta-feira, o que levou lideranças políticas a sugerir uma dobradinha dos dois, com Pacheco de vice.
O parlamentar, porém, divulgou nota neste sábado (17) reafirmando que quer ser candidato a governador. Pacheco, que se filiará ao DEM na segunda-feira (19), negou as especulações.