JULIANNE CERASOLI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Quem tentar prever o que vai acontecer na temporada da Fórmula 1, que começa neste domingo (25) na Austrália, apenas olhando os tempos das duas semanas de testes, vai chegar à seguinte conclusão: a Ferrari é a favorita, com a McLaren logo atrás, a Red Bull a 0s8 da ponta e a Mercedes a mais de um segundo dos italianos. Porém, como as equipes acabaram não se enfrentando em condições iguais, a história está longe de ser essa.
Mesmo o melhor tempo de Vettel não foi em uma simulação de classificação clássica -uma volta para aquecer, uma volta rápida e logo o retorno aos pits-, e sim na última de uma sequência de sete voltas, indicando que a Scuderia poderia ser mais veloz. Tão veloz quanto Mercedes ou Red Bull, que fizeram seus melhores tempos em sequências bem mais longas, poderiam ter sido? Essa é uma pergunta que só será respondida na Austrália.
E não se trata de esconder o jogo. O chefe Toto Wolff explicou que a Mercedes focou sua preparação nas corridas porque foi nelas que o time teve dificuldades ano passado. “A classificação só foi um problema para nós em Mônaco”, relembrou. Pensando na velocidade de corrida, ainda que as simulações de Valtteri Bottas e Lewis Hamilton tenham sido muito constantes, o desgaste de pneus acentuado também chamou a atenção.
“Definitivamente não somos a única equipe que está sofrendo com bolhas nos pneus”, desconversou Bottas. “A pista de Barcelona demanda muito dos pneus lateralmente e, com o novo asfalto, fica muito fácil ter bolhas. Experimentamos algumas coisas para evitar isso, mas não é um problema que foi totalmente resolvido e acredito que esse também é o caso de outros.”
As análises que tentam colocar os times frente a frente, calculando diferenças entre compostos de pneus, combustível, condições de pista, etc., apontam por um início equilibrado não apenas entre Mercedes e Ferrari, mas também com a Red Bull no bolo, seguindo na tendência de evolução que o time mostrou no final do ano passado.
Quem vai para a Austrália com muitas esperanças é a Haas, equipe que mais surpreendeu nos testes pela velocidade e confiabilidade. Por outro lado, a McLaren, mesmo tendo trocado o motor Honda pelo Renault, seguiu tendo problemas e foi muito inconstante durante os testes, gerando dúvidas sobre onde o time de Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne estará no grid do GP da Austrália: há quem aposte em um top 10, brigando do sétimo ao décimo lugares com a Renault. E há quem acredite em um novo fracasso.
Alonso, contudo, está razoavelmente confiante. “Em termos de dirigibilidade, o motor é muito melhor. Em termos de potência, ainda não temos como saber, até porque eu nem sei quais as configurações que eu mesmo usei”, explicou.
Se as questões acerca da McLaren passam pela confiabilidade, quem deixou a desejar até aqui por conta de um projeto que não parece ser bem nascido foi a Williams. Perguntado pelo UOL Esporte se o time tinha muito trabalho pela frente para a Austrália, pois o carro parecia nervoso na pista, o piloto de testes Robert Kubica reconheceu que a equipe ainda não tinha conseguido o melhor equilíbrio para seu equipamento. “É um projeto novo e estamos em situações delicadas dependendo da temperatura dos pneus, mas vamos trabalhar para colocar nossos pilotos na melhor situação possível para começar a temporada.”
No caso do time inglês, especula-se que sua luta seria com a Sauber para fugir da última fila. Mas o cenário começa a se desenhar melhor a partir dos treinos livres, que começam já a partir das 22h da quinta-feira pelo horário de Brasília. A classificação será na madrugada do sábado, às 3h e a corrida no domingo, às 2h10

HORÁRIOS DO GP DA AUSTRÁLIA
Quinta-feira
Treino livre 1: 22h

Sexta-feira
Treino livre 2: 2h

Sábado
Treino livre 3: 0h
Classificação: 3h

Domingo
GP da Austrália: 2h10