O Paraná recebeu desde 2014 um total de 2.435 trabalhadores estrangeiros. O número, compilado a partir dos relatórios anuais da Coordenação Geral de Imigração (CGIg), é referente às autorizações de trabalho concedidas a estrangeiros pelo Ministério do Trabalho. Tal autorização, essencial para aqueles que estão se candidatando a visto permanente ou temporário de trabalho, pode ser solicitado tanto por um estrangeiro que queira trabalhar no país como por uma empresa, órgão ou entidade brasileira interessada em contratar um trabalhador estrangeiro.
Em todo o país, foram concedidas 25,3 mil autorizações de trabalho ao longo do ano passado, número inferior ao de 2016, quando tinham sido emitidos mais de 30 mil documentos. No Paraná, essa redução foi ainda mais significativa: foram emitidos 353 documentos ao longo de 2017, redução de 51,2% na comparação com o ano anterior, quando haviam sido concecidas 724 autorizações.
Com tal redução, verificou-se também uma significativa queda no valor investido por esses estrangeiros no estado. O montante, que chegou a ser de quase R$ 3,2 milhões em 2014, ficou na casa dos R$ 500 mil nos dois últimos anos. A crise brasileira também justifica essa queda, já que muitos deixam que quere desembarcar por aqui.
Tal queda seria reflexo das mudanças na legislação de imigração. A nova lei, que entrou em vigor em novembro do ano passado, é considerada um avanço em relação ao estatuto anterior, criado em 1980 ainda durante a ditaruda militar e que considerava o imigrante uma ameaça à segurança nacional. Contudo, enquanto a legislação não é completamente implementada, os estrangeiros ficam numa espécie de limbo administrativo.

Maioria dos que chegam ao Estado tem curso superior completo
Ainda de acordo com o relatório, elaborado pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), da Universidade de Brasília (UnB), e divulgado pela CGIg, a maioria dos imigrantes que vieram ao Brasil em 2017 tinham nível superior completo. Os homens são os principais interessados em trabalhar no país: a eles foram concedidas mais de 22 mil autorizações, enquanto pouco mais de 3 mil mulheres conseguiram a documentação. Em relação às faixas etárias, mais de 9 mil autorizações se destinaram a estrangeiros entre 20 e 34 anos e mais de 10 mil para pessoas entre 35 e 49 anos.
Os Estados Unidos (EUA) estão entre os países que mais enviam mão de obra estrangeira para o Brasil. Só para aquele país foram emitidas mais de 5 mil autorizações de trabalho. Em seguida vêm as Filipinas com mais de 2 mil; e Reino Unido, China, Índia, e França, com pouco mais de 1 mil autorizações cada. Dos países da América do Sul, as autorizações se destinaram a nacionais da Venezuela (239), Colômbia (223) e Argentina (188).
Programa
Em Curitiba, ISAE – Escola de Negócios, oferece um programa de capacitação para trabalhadores estrangeiros. Todas as aulas são ministradas em inglês com tradução simultânea, para que haja compreensão de todos os participantes.