GUSTAVO LONGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Primeira latino-americana a chegar a uma final da patinação artística nos Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro, na Coreia do Sul, Isadora Williams, 22, voltará a competir nesta quarta-feira (21), no Mundial, em Milão, na Itália, representando o Brasil. Poderia ser diferente.
Após a Olimpíada, a brasileira, nascida nos Estados Unidos, recebeu convite para mudar de equipe no Mundial. A proposta foi feita por um atleta americano que desejava competir com ela nos pares. Não houve um contato oficial da confederação.
“Adoro patinar e ir às competições representando o Brasil. Não me vejo representando outra bandeira. Já vieram atrás de mim com esta proposta, mas recusei”, afirmou Isadora.
A atleta brasileira não revelou o nome do patinador que fez o convite. Ele gostaria de formar dupla com ela para competir pelos Estados Unidos na categoria da patinação com dois atletas.
A ISU (União Internacional de Patinação) não impede que um atleta troque de nacionalidade -desde que ele se desvincule da federação de seu antigo país e esteja filiado corretamente na nação que irá representar.
Por ter dupla cidadania, Isadora poderia competir livremente pelos Estados Unidos, bastava que ela se filiasse à USFSA (Federação Americana de Patinação Artística) e se desvinculasse da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo).
Além disso, nos pares ela poderia participar de torneios internacionais pela nação de seu parceiro, sem ter que passar pelo processo de naturalização -esse processo, no entanto, é obrigatório para os Jogos Olímpicos.
Contudo, a ideia sequer foi considerada por Isadora Williams. Após conversar com a família e com seus treinadores, ela decidiu que está disposta a encarar mais um ciclo olímpico pelo Brasil e tentar a vaga aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022.
“Falei que não tinha certeza sobre Pequim-2022, mas o meu treinador ficou bravo e disse que tenho muito potencial a ser desenvolvido ainda”, comentou.
Nesta quarta, a brasileira compete no programa curto, a partir das 6h45 no horário de Brasília. As regras são as mesmas dos Jogos Olímpicos: ela precisa terminar entre as 24 melhores para avançar ao programa longo, disputado na sexta (23). Em 2013, Isadora terminou na 25ª colocação do Mundial, melhor resultado do Brasil na competição.