GÉSSICA BRANDINO E JOELMIR TAVARES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A pressão sobre a ministra Cármen Lúcia para que paute ou não novo julgamento sobre a prisão em segunda instância no STF (Supremo Tribunal Federal) transbordou a esfera criminal. Artistas como Juliana Paes e Fafá de Belém gravaram vídeos em apoio à ministra e contra a retomada da questão, que, em caso de alterações, beneficiará o ex-presidente Lula. De acordo com Meire Cruvinel, do grupo de direita MBL (Movimento Brasil Livre), foram recebidos cerca de 40 depoimentos, que devem ser divulgados ao longo da semana. A primeira montagem foi publicada no Facebook do movimento com o título “Artistas em campanha para Lula ser preso!”, apesar de os depoimentos não citarem o petista. Na publicação, aparecem Juliana Paes, Márcio Garcia, Fafá de Belém, Victor Fasano e Daniele Suzuki. Outros movimentos anti-PT como Vem pra Rua e Nas Ruas compartilharam o conteúdo. “Ministra Cármen Lúcia, todos nós queremos justiça. Estamos aqui para te desejar força, para dizer que estamos contigo e que a opinião pública está contigo também”, afirma a atriz Juliana Paes. O ator Márcio Garcia afirma que a Lava Jato não pode parar. “Todos nós, brasileiros, contamos com a sua toga e determinação”, diz. A cantora Fafá de Belém declara confiança na ministra. “Força para fazer o que a senhora sempre fez: fazer o que é certo”, afirma. Além dos vídeos, a hashtag #resistacarmenlucia foi compartilhada pelo presidenciável João Amoedo, do Partido Novo –que divulgou o tuitaço em sua página na rede– e pelo presidente do PTB e pivô do mensalão, Roberto Jefferson. QUEM? Quem é Cármen Lúcia? Quem a indicou para o STF? Quando termina o mandato da ministra na corte? Em busca de respostas, usuários que foram ao Google fizeram crescer em 670% nas duas últimas semanas as procuras envolvendo o nome da magistrada. As três dúvidas acima foram algumas das mais frequentes. Entre segunda (19) e esta terça(20), houve um salto de 98% nas consultas sobre a mineira, indicada por Lula ao cargo e com mandato de presidente da corte até setembro. A pressão sobre Cármen Lúcia se elevou, com movimentações tanto de pessoas e grupos favoráveis à eventual prisão do ex-presidente quanto de apoiadores do petista que tentam impedir o encarceramento dele. A questão principal é a discussão sobre a autorização de prisão após condenação em segunda instância. Se o STF decidir rever o entendimento atual, Lula pode ser beneficiado e escapar da prisão depois que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgar os embargos de sua defesa. Cármen Lúcia argumenta que o tema já foi discutido em 2016, quando a maioria dos ministros autorizou a execução provisória da pena, antes de esgotados os recursos. Segundo o site de buscas, outra curiosidade frequente sobre a ministra envolve a data em que Dias Toffoli assumirá a presidência do STF. Toffoli, que foi advogado do PT, –ocupará o posto a partir de setembro.