NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Eduardo Barata, disse que o apagão que afetou estados do Norte e do Nordeste nesta quarta (21) foi provocado por falha em um disjuntor na subestação de Xingu, no Pará, que é parte do sistema de transmissão da usina de Belo Monte.
Ele disse que as causas da falha ainda estão sendo investigadas. O sistema de transmissão de Belo Monte foi inaugurado em dezembro de 2017 e acabou de passar por testes para atingir sua capacidade máxima, de 4 mil megawatts (MW).
O desligamento do disjuntor derrubou a transmissão de Belo Monte, levando à separação dos sistemas Norte, Nordeste e Sudeste/Centro Oeste. Os dois primeiros tiveram o abastecimento totalmente interrompido. No último, houve apenas impactos pontuais.
O apagão teve início às 15h48 e afetou cerca de 70 milhões de pessoas. Por volta das 19h45, cerca de 40% dos consumidores do Nordeste ainda estavam sem luz.
“Não estamos satisfeitos com o tempo de recomposição, mas o processo tem que ser feito com cautela”, disse Barata, ressaltando que considera quero setor elétrico brasileiro está hoje em situação confortável.
No momento do apagão, o país consumia cerca de 70 mil (MW) de energia, menos de metade da capacidade de geração, que é de cerca de 150 mil MW, disse ele.
A falha no disjuntor derrubou um consumo de 18 mil MW no Norte e Nordeste e 4,2 mil MW no Sudeste e Centro Oeste. O impacto foi maior nas duas primeiras porque o Norte ficou com mais energia do que pode transportar e o Nordeste é dependente de importações.
A concessão é controlada pela empresa chinesa State Grid, que será convocada para reunião que discutirá as causas.