Dois mil aficionados pelos puros cubanos, vindos de mais de 70 países participaram da vigésima edição do Festival Habano, que aconteceu em Havana (Cuba) entre 26 de fevereiro e 02 de março. Durante cinco dias foram realizadas diversas atividades que incluiu visita as plantações, armazéns de tabaco, fábricas de charutos, além de palestras, workshops para preparar um charuto, competições de especialistas, harmonizações, feira de negócios e três jantares que reuniam gastronomia, música e, é claro, muitos charutos – alguns que foram lançados durante o evento. Para a economia cubana o resultado foi expressivo.

Durante uma semana mais de cinco mil pessoas trabalharam para o evento. De seguranças e garçons até os grandes nomes das artes de Cuba, incluindo aí cantores de renomes (como o grupo Orishas) até o corpo de baile da companhia de dança contemporãnea Acosta Danza que se apresentaram durante o Festival. Além disso, um leilão de humidificadores (caixas para conservar o charuto), realizado na noite de encerramento, a Noite de Gala, arrecadou EUR$1.567.000 (Hum milhão e quinhentos e sessenta e sete mil euros) que foram doados para o sistema de saúde pública de Cuba.

Os números não para por aí. A Habanos S.A. – empresa responsável pela comercialização dos charutos cubanos – comemorou um aumento de vendas de 16%, resultando numa receita de U$ 500 milhões de dólares só no ano passado, um aumento de 12% em relação a 2016, de acordo com o que o vice-presidente de desenvolvimento da corporação, José María López, disse na abertura do evento.

Em números brutos de venda, a Europa continua a ser o principal mercado dos charutos cubanos, com 54 por cento das vendas, enquanto o resto é distribuído entre as Américas (17 por cento), Ásia-Pacífico (15 por cento) e África e Oriente Médio (14 por cento). Espanha e França lideram as vendas, enquanto a China chegou ao terceiro lugar, antes da Alemanha e Cuba, graças a um crescimento de 33% em 2017. Em termos de marcas, Cohiba predomina com 23 por cento das vendas em valor, seguida por Romeu y Julieta e Montecristo que ocupam 17%.

Em 2017, um total de 450 milhões de charutos foram vendidos, o que para a empresa Habanos S.A representa uma cota de 70% em unidades e 80% em valor dos mercados onde são comercializados. Esses números foram produzidos apesar do fato da empresa não pode vender seu produto nos Estados Unidos – o primeiro mercado mundial de charutos Premium – como conseqüência do embargo.

Em 2017 o mercado interno cubano – que inclui as compras feitas por turistas na ilha – registrou um crescimento de 15%. Para este ano, aa Habanos S.A. espera uma colheita muito boa, sem danos nos fenômenos climáticos como os do furacão Irma. Isso significa que a safra 2017-2018, pode coletar cerca de 32 mil toneladas de tabaco, um dos principais produtos de exportação da ilha que emprega cerca de 200 mil trabalhadores na ilha, chegando a 250 mil quando o pico da safra chega.

A Habanos S.A. comercializa seu produto em lojas especializadas em mais de 150 países, são ao todo 27 marcas de charutos, entre as quais Cohiba, Montecristo, Partagas, Romeu e Julieta, Hoyo de Monterrey e H. Upmann, torcidos inteiramente à mão, tradição mantida por mais de 200 anos.

O jornalista participou do Festival a convite da Habanos S.A.