DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – A polícia francesa matou nesta sexta-feira (23) o homem armado que havia tomado reféns em um supermercado em Trèbes, no sul do país, e deixado ao menos três mortos. Segundo a imprensa local, o responsável pela ação declarou pertencer à organização terrorista Estado Islâmico, responsável pela série de ataques que vitimou 130 pessoas em Paris em 2015.

A facção, porém, não reivindicou a ação nem há provas de que esteja de fato envolvida. Ainda de acordo com a mídia francesa, o homem armado exigiu a libertação de Salah Abdeslam, um dos responsáveis pelos atentados de 2015. Ele foi identificado como um cidadão marroquino, a partir da placa do carro, mas ainda não há confirmação de seu nome. O premiê francês, Édouard Philippe, afirmou que todas as informações “nos levam a pensar que os ataques sejam terroristas”. As investigações estão nas mãos das autoridades de combate ao terror. O presidente Emmanuel Macron manifestou sua solidariedade por meio de uma mensagem na rede social Twitter.

As informações exatas ainda são desencontradas, mas os relatos da polícia sugerem que havia oito reféns no mercado. Um tenente-coronel de 45 anos se ofereceu em troca de um dos reféns, segundo a agência AFP. Nos últimos minutos da ação, antes da morte do homem armado, já não havia reféns no local. Os arredores do mercado foram interditados e dezenas de membros das forças de segurança foram deslocados ao local, incluindo equipes médicas.

O ministro do Interior, Gerard Collomb, foi até a cidade. Segundo a mídia local, o homem entrou no mercado às 11h15 locais (às 7h15 de Brasília). Foram ouvidos disparos. Uma das testemunhas afirma ter escutado gritos de “Allahu akbar” (Deus é maior, em árabe) e visto facas, uma pistola e algumas granadas. Duas horas antes, uma pessoa havia sido morta nos entornos de Carcassonne, nessa mesma região, e um grupo de policiais se exercitando foi atacado —um deles se feriu, mas não gravemente.

As autoridades acreditam que as três ações estejam relacionadas. Se for confirmado o caráter terrorista da ação, é a primeira na França desde que o presidente Macron suspendeu em outubro passado o estado de emergência declarado em 2015 por seu antecessor, o socialista François Hollande. É também o primeiro ataque desde que o atual presidente endureceu a legislação antiterror.