SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os líderes da União Europeia pediram aos Estados Unidos, nesta sexta-feira (23), uma isenção permanente das tarifas sobre as importações de aço e alumínio, advertindo que se reservam o direito de responder às medidas promovidas pelo presidente Donald Trump. “A UE pede uma isenção permanente das tarifas americanas”, tuitou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, após um debate dos presidentes um dia depois de Trump ter autorizado a suspensão até 1º de maio dessas medidas para o bloco europeu, Argentina, Brasil, Coreia do Sul e Austrália, além dos já anunciados Canadá e México. Os Estados Unidos se encontram em negociação com esses países “sobre medidas alternativas satisfatórias diante da ameaça à Segurança Nacional [americana] constituída pela importação do aço”, e os parceiros de Washington ficarão, no momento, isentos das tarifas sobre suas importações, indicou a Casa Branca em um comunicado. “Essas medidas não podem ser justificadas em fundamentos de segurança nacional, e a proteção setorial nos EUA é um remédio inapropriado para os problemas reais de excesso de capacidade”, informa um comunicado conjunto dos 28 líderes da UE reunidos em Bruzelas. O grupo tomou nota dessa isenção temporária nas conclusões da cúpula, mas pediu que seja permanente. Eles advertiram que o bloco “se reserva o direito, em acordo com a Organização Mundial do Comércio, de responder às medidas americanas, de maneira apropriada e proporcional”. No Twitter, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, afirmou que as opções da UE para preservar seus direitos estão abertas. Entre essas alternativas, Bruxelas preparou uma lista de produtos americanos emblemáticos, como a manteiga de amendoim, as motos Harley-Davidson, ou as calças jeans Levi’s, que poderiam ser sobretaxados. “As discussões entre aliados e parceiros não deveriam ser objeto de datas-limite artificiais”, tuitou Malmström. “Dá a impressão de que o presidente dos Estados Unidos quer negociar com a União Europeia colocando um revólver na nossa cabeça”, disse o primeiro-ministro belga, Charles Michel. “Não é uma maneira muito leal de negociar entre sócios históricos”, acrescentou. Os participantes da cúpula reiteraram o “compromisso com fortes relações transatlânticas como pedra angular de segurança e prosperidade tanto nos Estados Unidos como na União Europeia”.