A Câmara Municipal de Curitiba terá uma renovação de 50% a partir do próximo dia 1º de janeiro, quando tomam posse os eleitos ontem. Dos 38 vereadores, cinco não disputaram a reeleição, e quatorze não conseguiram se reeleger, dando lugar aos novos eleitos. A lista dos derrotados inclui nomes tradicionais da política local, como Paulo Salamuni (PV), Jorge Bernardi (PDT) e Nely Almeida (PSDB).
O PSDB do prefeito Beto Richa sai como o grande vencedor da disputa, com 13 vereadores eleitos, ou mais de um terço do total de cadeiras disponíveis. As demais vagas foram pulverizadas entre uma série de legendas – a maior parte delas integrante da aliança que apoiou a reeleição do prefeito como PDT (3), DEM (3), PSB (3), PP (2), PPS (2), PSL (1), e PRP (1).
Entre os partidos que se alinharam à oposição, o PT viu sua bancada se reduzir de quatro para três vereadores, e o PMDB do governador Roberto Requião só conseguiu conquistar duas vagas. O PV elegeu três vereadores, e as demais vagas ficaram com PRB (1) e PSC (1).
Com o resultado, dos 38 vereadores eleitos, o tucano deve contar com o apoio de pelo menos 27, o que garante a manutenção da maioria folgada necessária para a aprovação dos projetos da prefeitura. Ou seja, apesar do alto índice de renovação, a atual gestão deve continuar tendo tranquilidade para emplacar suas propostas na Casa.
O total de votos brancos para vereador foi de 63.858. Outros 39.672 eleitores optaram ainda para anular o voto para a Câmara Municipal.
Entre os não-eleitos, constam ainda nomes que tinham “padrinhos” fortes, como o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, que recebeu nos últimos dias da propaganda eleitoral no rádio e na televisão recebeu o apoio direto e pessoal do governador Roberto Requião. Doático – que se dizia “a continuação do requianismo” na Câmara, teve apenas 1.538 votos. Já o petista Bruno Vanhoni teve o apoio do tio, o deputado federal Ângelo Vanhoni, que em 2004 chegou a disputar o segundo turno para a prefeitura com Beto Richa, em 2000, fez o mesmo contra Cássio Taniguchi, sendo derrotado nas duas ocasiões. Com 2.171, o sobrinho de Vanhoni também ficou pelo caminho.
Já o presidente do PPS do Paraná, Rubens Bueno, conseguiu emplacar a filha, Renata Bueno, eleita com 4.984. E o ex-deputado estadual Natálio Stica (PT), que em 2006 – depois de ser líder do governo Requião – não conseguiu se reeleger para a Assembléia Legislativa, conseguiu levar o filho, Johnny Stica, à Câmara, com 4.016 votos.