O total de apreensões realizadas pela Receita Federal em Foz do Iguaçu dobrou em dez anos. Se em 1998 as mercadorias retidas somavam pouco mais de US$ 33 milhões, até setembro deste ano já ultrapassavam os US$ 62 milhões. Em 2007, as apreensões bateram record e cravaram a marca dos US$ 77,6 milhões. Com pouco menos de três meses para terminar o ano, a marca ainda pode ser ultrapassada.

A Delegacia da Receita em Foz divulgou ontem um relatório apontando que o valor das mercadorias retidas na fronteira de janeiro a setembro deste ano já é 10% maior que o mesmo período do ano passado. Somente em setembro, foram apreendidos US$ 7,95 milhões —  aumento de 59% em relação ao mesmo mês em 2007. Desde 2005, o total somado em apreensões dobrou e, de lá para cá, não para de subir. 

Se em 2004 a Receita fechou o ano com um total de US$ 33,5 milhões apreendidos entre veículos, eletrônicos, cigarros e demais produtos, no ano seguinte foram US$ 30 milhões a mais. O ano de 2005 fechou com US$ 62,3 milhões em apreensões. Nos dois anos subseqüentes, o aumento chegou a US$ 15 milhões, sendo que 2006 fechou com US$ 77 milhões em apreensões e 2007 com pouco mais de US$ 77,6 milhões.

Destacam-se as apreensões de eletrônicos, que apresentaram aumento de 128% em relação a setembro de 2007. Foram retidos US$ 1,66 milhão neste tipo de mercadoria esse mês. Durante todo o ano, o montante chega a quase US$ 10 milhões.
Ainda em setembro, foram retirados do mercado 445 gramas de maconha, três quilos de haxixe e 475 munições. Ficaram retidos na receita também o equivalente a US$ 560 mil em cigarros contrabandeados, que até setembro somavam pouco mais de US$ 5 milhões. O segmento de brinquedos rendeu US$ 277 mil em setembro e cerca de US$ 1,8 milhão em 2008, aumento de 39% em relação ao ano anterior.

Carros — O valor mais significativo em apreensões em setembro foi de veículos. A Receita confiscou 268 veículos com contrabando, totalizando US$ 2,81 milhões. O aumento em relação ao mesmo mês em 2007 foi de 72%. Em 2007, foram 3,5 mil veículos. Em 10 anos de trabalho, estima-se que a receita apreendeu o equivalente a toda frota de Paranaguá, que gira em torno de 36 mil veículos.