O cantor Eduardo Dusek fez sucesso nos anos 80 com o hit “Rock da Cachorra” composto por Léo Jaime. Na época, segundo o cantor, era uma crítica social em relação às madames e seus mimos aos extremos em relação aos seus pets de raça e pedrigree. Por outro lado, creio que a canção também alertava para o número crescente de crianças sem condições básicas de vida. Atualmente, a letra pode ser considerada por muitos politicamente incorreta.

Para quem não se lembra lá vai o trecho mais engraçado e polêmico: “Troque seu cachorro por uma criança pobre, sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre, deixe na história de sua vida uma notícia nobre”. A música fez parte do LP Cantando no Banheiro, marcado por canções sátiras e bem-humoradas. Quem não se lembra de Barrados no Baile? Curti muito estas músicas. Divertidíssimas.

Hoje, 20 anos depois, a canção ainda é atual no que se refere aos excessos por parte dos donos de cães em relação aos seus pets. Muitos bichos continuam tendo uma vida de rei, cheia de exageros. Por outro lado, ficou desatualizada no que se refere a importância destes animais, que sem políticas públicas efetivas durante anos, aumentaram extraordinariamente a população canina de rua.

Creio que hoje este verso da canção está um tanto fora de moda em virtude de tantas notícias sobre maus-tratos cometidos contra cachorros. “Tem muita gente por aí, que tá querendo levar uma vida de cão, eu conheço um garotinho, que queria ter nascido, pastor-alemão…”.

Para mim, crianças e cães merecem todo o nosso respeito, cuidado e dedicação. Nenhum dos dois pode ser negligenciado ou abandonado. Portanto, encerro com este pequeno trecho da música. O único que se salva em relação a tudo que foi exposto. ”Dê guarita pro cachorro, mas também dê pro menino”

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau