A Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, do Congresso Nacional, será lançada nesta quinta-feira (1º) na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre (RS). A Frente está sendo lançada nas capitais brasileiras para mobilizar a sociedade em torno dos projetos voltados aos animais, em tramitação na Câmara dos Deputados. Para quem não sabe, a capital gaúcha tem a Secretaria de Defesa dos Animais (SEDA), criada em julho de 2011, que tem por missão estabelecer e executar políticas públicas destinadas à saúde, proteção, defesa e bem-estar animal. São muitos os projetos: Bicho Amigo, Adote um Cavalo, Campanha de Castração e Guarda Responsável, Projeto Ressocializa, entre outros.

A SEDA conta com uma voluntária especial. A primeira-dama de POA, Regina Becker. Ela também compõe a Frente Nacional desde a sua instalação, em setembro do ano passado. Fui conversar com ela, que é uma dedicada defensora dos animais e não deixa de conciliar a agenda de uma típica primeira-dama, como é o caso da participação em Campanhas de Agasalhos e de Brinquedos. A mulher do prefeito José Fortunati (PDT – RS) comprova que o cargo exercido não é simplesmente uma mera figuração. 

Conheça esta Brigitte Bardot gaúcha que, atualmente, tem em seu sítio 22 gatos e sete cães. Os números mudam constantemente conforme as adoções e novos resgates. Apaixonada pela gata Lola, que vive com ela em seu apartamento, e a quem se refere como “a mais frágil, mais necessitada, mais carente”, Regina acredita que ter um animal de estimação é “amar incondicionalmente, e, receber do universo dádivas incontáveis, infindáveis e incomparáveis”.

– Desde quando a senhora se dedica à causa animal?  Desde criança, pois, vivendo num meio rural, as vivências sempre foram intensas, possibilitando coisas boas e ruins.

– O que a motiva a resgatar um animal de rua?  Uma força interior que busca ação imediata, como que impulsivamente. O olhar em súplica é o apelo à ação!

– Já recebeu críticas por este envolvimento com os animais? Antigamente, as pessoas teciam comentários ácidos. Hoje não mais. Recebo mais votos de credibilidade do que de desconfiança. E quando ouço alguém com este tipo de argumento “por quê não fazer por crianças, jovens e idosos ?”  sei que esta pessoa não faz nada, e,  nem por ninguém. E que se esconde na sua incapacidade de ser solidário e de ter compaixão pelo próximo. E quem é o próximo? É um ser que se aproxima da gente por questões de gênero, ou de cor, ou por afinidades? Penso que o próximo é aquele que toca o meu coração, então os animais são também meus próximos, além de um monte de humanos que gosto, respeito e admiro.  O amor, afirmo sempre, não pode ser visto como algo que se divide ou se subtrai, mas é a magnitude da soma e de uma multiplicação, posterior.

 

– Já foi comparada de alguma forma – pela semelhança física ou pelo envolvimento com à causa – à atriz francesa Brigitte Bardot, ativista em direitos dos animais? 

Quando nova era constantemente comparada a ela, mas o tempo passou e nossa semelhança, melhor do que a aparência, se solidificou na mesma causa. Melhor, não? Pretendo um dia ter a oportunidade de conhecê-la pessoalmente. Numa entrevista dela, uma frase me chamou a atenção. Algo assim: “a natureza me deu tudo que poderia ter dado a uma mulher. Vivi tudo de bom, tive tudo e muito mais que poderia ter um dia imaginado que teria ou que pudesse viver. Agora, dou um pouco do que resta de minha vida por ela”.

É esta consciência ainda viva da BB que também me motiva e me anima a prosseguir este trilho que não é iluminado, mas que Deus joga estrelas para que não desanimemos nem percamos a esperança em participar desta tentativa de deixar este mundo um pouco melhor.

– Como a política pode melhorar a sociedade, em especial, a vida dos animais?

Nosso compromisso enquanto agentes públicos, nesta oportunidade que o sufrágio universal nos propiciou e conferiu, é o de também criarmos políticas públicas que fiquem, que se solidifiquem, que se fortaleçam, porque a política é este instrumento (incompreendido por uns, ainda) que visa o bem comum, sobretudo. Para todos, para o ambiente, já que ele é um só e as pessoas não querem perceber este contexto de unidade que ele é e no qual estamos inseridos e não somos donos. Somos partícipes.

A política é um compromisso para com aqueles menos favorecidos pela sorte, pelo destino, pelas oportunidades que a vida não lhes conferiu. O meu é o de preservar vidas, lutar por elas, por qualidade, ajudando na construção de um mundo menos violento onde as crianças possam ter uma infância melhor, como a que eu tive, a alegria, a paz e as condições de ter propiciado ao meu amor maior, que é o meu filho Bernardo. A ele dei o melhor de mim. Agora faço por outros tantos seres que precisam e que merecem meu esforço, tempo, trabalho. Dedicação integral à questão animal. 

Crédito de fotos:

Foto 1 – Mirele PachecoDivulgação PMPA.

Foto 2 e 3 – GuerreiroDivulgação PMPA.