Mais uma entrevista da série “As Protetoras”. Desta vez conversei com uma atuante protetora independente de Pinhais. Tive a oportunidade de conhecê-la pelo Facebook. Empenhada em arrecadar fundos para os animais resgatados, a Danielle Rocha usa a rede para divulgar rifas de diversos produtos e desta forma manter os bichinhos que precisam de cuidados. Neste mês, ela está empenhada na rifa da cesta de Páscoa.  

Ela, como todas as outras pessoas que se dedicam à causa animal, tem um coração de ouro. Que às vezes passa por um desânimo temporário e logo depois levanta a cabeça e volta a acreditar na sua importância. A rotina dela é puxada, com onze cães em casa é preciso um bom período do dia para cuidar dos animais, alimentá-los e medicá-los. Logo cedo, já começa a cuidar dos mais velhinhos, a matilha conta com seis na terceira idade. O grupo exige uma atenção maior. Imaginem a hora do almoço da galera. Ela faz todos os pratos separadamente e vai distribuindo para cada um dos cães. Depois limpa tudo para a refeição seguinte.

Mesmo assim, sobra tempo para fiscalizar as ruas de Pinhais e ajudar outros cães necessitados. Quando pode alimenta com ração ou pão e providencia fotos para encaminhá-los para a adoção.

Conheça a rotina desta protetora. Espero que um dia os municípios de todo o Paraná se inspirem neste exemplo e no de tantas outras protetoras independentes.

Desde quando se dedica à causa animal?

Sempre tive cães, mas fiquei conhecida como protetora em 2006. Precisei muito de ajuda para castrar os meus. Precisava de ração e quanto mais as pessoas me conheciam e me ajudavam, mas eu me dedicava à causa. Sempre amei os animais e a cada dia me revolta ver tanto abandono e maus-tratos.

 Como faz para manter os animais e como trata dos outros resgatados? Sou vendedora, faço rifas e peço ajuda de algumas protetoras que já conhecem meu trabalho com os peludos. Hoje o Facebook é muito importante para eu conseguir algumas coisas q preciso para eles. Agora estou fazendo uma rifa de Páscoa para levar quatro peludos no veterinário. Quero levá-los na Sociedade Protetora dos Animais, em Curitiba, gosto muito da Dra. Andreza. Confio no trabalho deles, além de o preço ser acessível. Espero vender a rifa logo.

 Geralmente, resgata qual tipo de animal?

Filhotes, mães, animais que sofreram maus-tratos. Já resgatei todo o tipo de cão, na minha casa não posso mais abrigá-los. Tenho um grave problema com enchentes, mas quando eu consigo “madrinhas” ou qualquer outra ajuda resgato e encaminho para hotel. Cuido em frente minha casa. Monto cabanas nas ruas, alimento e trato do animal. Quando ele está muito debilitado, imploro alguma ajuda, consigo doar vários e providencio a castração. No ano passado, cuidei de onze filhotes na casa de um traficante, consegui doar todos. Para as cadelas já perdi a conta das castrações que encaminhei. Aqui tem muito caso de maus-tratos. É terrível, ultimamente, tenho sido ameaçada de morte pelo telefone.

No seu município, existe algum programa para apoiar os animais sejam abandonados ou maltratados.

Eu desconheço. Acredito que se existisse não viveríamos este inferno. Sou protetora independente. Quem sempre me ajudou com castração foi o Projeto Focinhos.

É fácil achar um novo lar para os bichinhos?

Não é fácil. Mas, às vezes, tenho sorte.

O que te faz continuar nesta luta e não perder a esperança?

Não vou dizer que acredito no ser humano, estaria sendo hipócrita. Deus e os próprios animais me dão forças para continuar. Confesso que muitas vezes penso em desistir, mas não tenho coragem. Nós somos a voz destes animais, não podemos deixar de cuidar e pedir por eles. Eu os amo e vivo por eles.