Esta coluna é para alertar quem insiste em comprar um animal de estimação. Sei que muitas vezes o sonho de ter um cão de raça faz parte do desejo de muitos. Mas nesta hora é imprescindível saber a procedência do animal. Visitar o canil. Ter referências. Conhecer de perto as condições em que vivem os cães. Muitos deles procriam seguidamente e quando já não servem mais, os criadores os descartam como lixo. Fácil é comprá-los lindos e cheios de fita nas gaiolinhas das feiras e pet shops. E assim manter atrocidades, atrás de muros, que muitas vezes nem teremos conhecimento de sua existência.

Me surpreendi ao assistir na manhã desta terça-feira (15) a uma reportagem de televisão sobre um canil com variada opção de cães de raças. Localizado em Taquaritinga, interior de São Paulo, o local foi interditado pela Polícia Civil.  O dono foi viajar. Sumiu e deixou para trás, sem água e sem comida, seis cães de raça, entre eles, um beagle, um chow chow  e um fox paulistinha. Estes foram os que sobraram. Pois no terreno havia 30 carcaças de cães. Espalhadas em sacos. Imagino que devem ter morrido de fome ou doentes.

A entrada da propriedade é adornada por cães pretos de louça. Deve ter havido um grande investimento no início do negócio. Agora o local parece um campo de concentração de animais. Sem nenhuma limpeza nos últimos dias ou quem sabe nos últimos meses. Os cães estavam abandonados e tremendo de medo. Uma verdadeira barbárie. Tive que concordar com a apresentadora do programa matinal que comentou o caso e disse que as condições eram “desumanas”.

Ninguém, nem gente nem bicho, merece sofrer um descaso destes. Felizmente, os cães que sobreviveram a esta crueldade foram levados à Sociedade Protetora dos Animais da região. Espero, doce ilusão, que o proprietário seja punido rigorosamente.  E no fundo do meu coração, desejei que ele passasse o mesmo que os cães. Ficasse trancafiado em um local frio por vários dias, sem água e sem comida. Não é um pensamento muito bom logo pela manhã. Mas tenho certeza que o protetor dos animais, São Francisco de Assis, vai me perdoar.