Aline Perussolo Soares recebeu cerca de cem pessoas entre empresários do setor imobiliário e arquitetos, durante participação do ciclo de palestras “Plano Diretor de Curitiba: desafios e oportunidades para a Curitiba de 2025”, promovido pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e pela organização social coletiva de interesse público Reurb, na noite dessa quinta-feira (31/3), em Curitiba. No evento, três arquitetos e urbanistas locais apresentaram as diretrizes e inovações da nova legislação municipal.

A executiva defendeu a importância de um debate amplo sobre assunto. “Para que o crescimento da cidade seja o mais harmônico e justo possível, é importante que seus limites e potencialidades sejam discutidos não somente quanto aos aspectos sociais, mas também técnicos. É essencial que toda a cadeia da construção civil trabalhe de forma integrada e alinhada para a elaboração e execução de projetos que atendam os consumidores e também contribuam para a melhoria da infraestrutura urbana”, comentou.

Abrindo os trabalhos, o arquiteto e urbanista Orlando Ribeiro falou sobre os desafios e oportunidades do novo Plano Direto de Curitiba em tempos de gestão democráticas das cidades. Entre as novidades, o profissional mostrou a nova estruturação dos modais de transporte, que passará de linear para em rede. Ainda, apresentou a nova proposta de organização urbanística, que terá delimitados os pontos intermodais entre vias estruturais, as áreas de ocupação residencial e as áreas para desenvolvimento de edificações de uso misto.

A ocupação de espaços vazios e a promoção da habitação social em áreas com infraestrutura instalada foram apontados como os principais desafios do novo plano pelo arquiteto e urbanista, que também defendeu a simplificação da legislação que trata dos parâmetros para construir na cidade. “É fundamental que todos os setores participem nesse momento com demandas para evitar uma série de emendas posteriores”, ressaltou Ribeiro.

O arquiteto e urbanista Gustavo Pinto falou sobre os novos instrumentos da política urbana, entre eles, a ampliação das operações urbanas consorciadas – a exemplo do que já vem acontecendo na Linha Verde – e a transferência do direito de construir, que permite o uso do potencial construtivo para outras áreas com infraestrutura instalada. “Precisamos que o empresariado se debruce sobre esse assunto para projetar espaços melhores à nossa cidade e retomar o crescimento”, opinou.

As parcerias público-privadas e a contribuição do terceiro setor foram abordadas pelo arquiteto e urbanista Frederico Carstens. No novo plano, essa ação conjunta estará representada nas ações de redesenvolvimento urbano. Para elucidar a aplicação do conceito, o profissional usou o exemplo da abertura de uma rua. Hoje, o meio utilizado é a desapropriação da área com pagamento de indenização ao proprietário. Na nova concepção, a proposta é uma reestruturação desse espaço de forma integrada entre os agentes, mantendo a titularidade da área ao proprietário privado.

“A elaboração desse novo Plano Diretor é a grande mudança da cidade dos últimos 50 anos. Precisamos trazer o raciocínio empresarial para o ambiente urbano e capacitar áreas que tenham interação e estimulem a ocupação e o uso pelas pessoas”, ressaltou Carstens. O ciclo de palestras teve o apoio institucional da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (AsBEA-PR), Agência Curitiba, Sindicato das Escolas Particulares (SINEPE-PR) e Conecticidade.

 

Crédito da foto: Divulgação.