Por Reginaldo Gonçalves

Os nove meses que se estenderam, onde ficou evidenciada a desconfiança política e econômica generalizada, com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, além do desmantelamento dos partidos de esquerda, e total descontrole governamental, ainda estão longe de chegar ao fim.

A quebra de confiabilidade com os desvios de finalidade e a briga entre os poderes prejudicou sensivelmente a economia, demonstrando a incapacidade dos políticos de assumir uma postura no mínimo coerente com suas propostas.

Os estragos causados por um cenário interno de incertezas e prejuízos no parque industrial em decorrência do medo e do baixo consumo, arrastados pelo endividamento da população, com a queda no crescimento medida pelo PIB e a crescente massa de desempregados, minimizaram o crescimento do País.

Embora tenhamos vivenciado há pouco o ‘desfecho do caso’, é importante ressaltar que, a posse do atual presidente Temer, pelo menos até o momento, não representa nenhuma recuperação à economia e a geração de emprego, uma vez que, pairam dúvidas sobre a legitimidade do seu governo que carece de um apoio mais pontual do Congresso.

Se a população espera uma mudança radical da economia com um crescimento acentuado e a uma rápida recuperação do emprego, infelizmente a situação tende a não ocorrer dessa forma. Para virar o jogo, o governo deverá mudar de postura e pensar cortar gastos, promover reformas profundas no sistema previdenciário e deixar de se curvar diante dos aumentos elevados no funcionalismo público.

Para que a confiança possa ressurgir, desaparecendo de vez o latente cenário negro, com a retomada dos investimentos externos, que consequentemente impactarão o PIB e a retomada da empregabilidade, é fundamental que medidas como redução dos juros e investimentos em infraestrutura, sejam pautas urgentes e prioritárias.

A tábua da salvação do cenário econômico, ainda pode estar longe da terra prometida. Ninguém suporta uma taxa de juros tão alta, que, em grande parte não é do consumo.

 

*Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM).

 
Crédito da foto: Divulgação.
Postado por Maximilian Santos.

 

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