“É difícil dizer que acabou, porque isso depende do resultado de impeachment. Acredito que a situação tem piorado muito. Em condições normais de pressão e temperatura, a nomeação do Lula teria ajudado muito o governo. Ele é habilidoso, é negociador, tem controle sobre todo o PT – o principal adversário da Dilma desde a nomeação do Joaquim Levy, ministro da Fazenda em 2015, foi o PT. O programa do PT é contrário ao programa do Levy, do Nelson Barbosa, atual ministro da Fazenda e, na minha opinião, é absolutamente impróprio para o momento em que estamos vivendo. Essa foi uma das maiores dificuldades dela, que também teve uma enorme inabilidade no tratamento com o PMDB. Ela conseguiu afastar o PMDB, tentou dividi-lo. Ou seja, o governo nunca entendeu que só uma ação muito forte no Congresso conseguiu mudar o sistema e as perspectivas de futuro.”

 

Delfim Netto, economista, que diz ter sido “grande amigo” do governo Lula e, até o fim de 2012, da gestão de Dilma, em entrevista para a Folha de São Paulo.