A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) cumpre na manhã desta terça-feira (03/10) cerca de 20 mandados judiciais, dos quais sete de prisão temporária, três de condução coercitiva e sete de busca e apreensão. Conforme as investigações, em apenas uma empresa que atua no Paraná (PR) e em Santa Catarina (SC), os furtos somam R$ 2,4 milhões.

Os mandados foram cumpridos na capital, nos bairros Tatuquara, Cidade Industrial (CIC) e Umbará, e nos municípios de São José dos Pinhais, Piraquara e Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Outro mandado de busca foi cumprido na cidade de Urussanga-SC. O cumprimento dos mandados visam a continuação dos trabalhos de investigação quanto a um esquema criminoso de furtos de insumos para produção de materiais plásticos, e que causaram um prejuízo milionário.

De acordo com o delegado-adjunto da DFR, Emmanoel Aschidamini David, parte da associação criminosa era formada por funcionários de uma empresa de materiais plásticos da cidade de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “Alguns funcionários se aproveitaram de cargos de confiança para retirar mais de mil quilos de material de polietileno da fábrica da empresa”, explica o delegado completando que geralmente, o furto era realizado durante o turno da madrugada para não levantar suspeitas da diretoria.

Segundo David, a hipótese de que poderiam estar havendo furtos foi levantada depois que um dos funcionários constatou diferenças entre o volume de insumos adquiridos e o volume produzido conforme as notas fiscais emitidas. “Num primeiro momento, em apenas dois dias no mês de março, esse mesmo funcionário notou a falta de 16 toneladas de material, avaliadas em R$ 140 mil”, revela o delegado.

Ao conferir as notas fiscais de saída, entretanto, o funcionário, um dos responsáveis pela área de logística da empresa, não encontrou alterações. Após mensurar um histórico do levantamento da matéria prima, num período compreendido entre março de 2015 até março de 2017, o mesmo funcionário, verificou a falta de mais de 500 toneladas de material.

Somente entre os meses de setembro de outubro de 2016, foi constatada uma diferença de 25 toneladas, o que corresponde a uma carreta fechada do material. “As divergências por mês eram de quinze a vinte toneladas, o que gerava um prejuízo de R$200 mil por mês”, avalia o delegado.

Após colher o depoimento de diversas testemunhas, a DFR passou a mapear os integrantes da quadrilha e monitorar a forma com que os criminosos agiam. Até agora, foram seis meses de investigações, em que foram constatados crimes de furto mediante fraude, falsificação de documentos públicos e particulares, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O delegado-titular da DFR, Matheus Laiola ressalta que os trabalhos de investigação devem continuar pois há suspeita de que a quadrilha tenha furtado materiais de outras empresas, inclusive de outros estados.

“Essa organização contava com uma estrutura complexa para não somente cometer os furtos, mas também para falsificar as notas fiscais e aplicar os valores levantados com os materiais furtados. A interceptação deste grupo criminoso reflete a postura de reprimir o crime de forma célere, seguindo as recomendações da Secretaria de Estado da Segurança e Administração Penitenciária”, completa Laiola.

A operação está em andamento. Uma coletiva de imprensa foi marcada as 16h na Delegacia de Furtos e Roubos para passar o balanço geral da ação.