O que esperar de 2007? Esta é a pergunta que muitos brasileiros se fazem neste momento. É evidente que somos motivados à esperança, porque só assim podemos vislumbrar as possibilidades promissoras do próximo ano. No campo político, esperamos que seja realmente efetivada a reforma política, que permita corrigir as deficiências do sistema vigente, pois é dessa forma que estaremos aprimorando a democracia em nosso País.
Na atual legislatura, tivemos um recorde de trocas de partido, além de outros recordes vergonhosos, como a sucessão de escândalos (do mensalão e dos sanguessugas), mas em que a maior parte dos envolvidos acabaram sendo absolvidos. Ficou uma sensação de impunidade no ar, além da de impotência, pois muitos não sabem o que fazer para que a ética na vida pública seja assumida pelos nossos parlamentares.
Sobre a infidelidade partidária, Luciana Nunes Leal, do jornal O Estado de São Paulo conta que “na legislatura que termina em fevereiro, houve mais mudanças no ano seguinte à primeira eleição do Presidente Luís Inácio Lula da Silva e no ano anterior a sua disputa pela reeleição. Em 2003, houve 151 trocas, envolvendo 117 deputados. Em 2005, foram 156 mudanças feitas por 94 parlamentares – uma troca de partido a cada 2,4 dias, em média. Há casos de deputados que fizeram até sete mudanças de sigla nesta legislatura. Alguns ficaram apenas um ou dois dias em uma legenda”. E ainda ressalta: “A fidelidade partidária, instrumento legal que pune o parlamentar infiel com a perda de mandato, já está prevista na Lei dos Partidos Políticos, mas é ignorada. Tornou-se um dos principais pontos da reforma política, mas não vai além da retórica dos políticos. A própria reforma, apontada como prioridade do Congresso a cada nova legislatura, não avança. Esperamos então que em 2007 a sociedade brasileira cobre mais intensamente do Congresso nacional a reforma política, para que haja mecanismos que coloquem limite aos abusos de poder e à corrupção. Teremos então uma ótima oportunidade para o debate e a aprovação da reforma política, que se faz necessária para o amadurecimento da nossa democracia.
Para nós, brasileiros-católicos ou não, 2007 será um ano de grande alegria, porque estaremos recebendo, pela quarta vez, a visita de um Papa em nosso País. Bento XVI deverá presidir a celebração inaugural da V Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (CELAM), em Aparecida, estando também em São Paulo, onde os fiéis aguardam a canonização do primeiro santo brasileiro nato, que é Frei Galvão.
O ano se inicia com esperança, especialmente para que consigamos debelar as causas da violência, assegurar maior empenho para que haja uma educação mais comprometida com os valores da vida, colocando como prioridade a defesa da família e da dignidade da vida humana. Acreditamos que seja possível somar esforços para afirmarmos uma cultura da vida, em todos os aspectos, no ano nascente.
Desejamos a todos os nossos leitores, um ano novo cheio de muitas graças e boas realizações, reanimados com a esperança, que nos motiva a olhar para a frente e prosseguir a caminhada, em busca da verdade e do bem.