A socióloga de galinheiro pode dizer que não, mas o debate que será transmitido amanhã (sábado) entre os pré-candidatos do PT na TV Educativa é um flagrante crime eleitoral. Fazer uso de emissora pública (paga com recursos do Erário) para atender interesses que se restringem ao filiado petista que, afinal, é quem vota nas prévias, não parece lícito, não é mesmo?

Eu sei, a socióloga irá argumentar que é “isso é democracia”, que é papel da TV pública suscitar o “debate político” e mais aquele lero-lero típico de quem enche a burra em um carguinho público fácil e bem remunerado. Mas se é assim, qualquer candidato, do mais recôndito buraco do estado, deve ter direito ao mesmo espaço. Afinal, como diz aquele pessoal da “estética da favela” – a socióloga cocoricó inclusive -, é coisa de “comunidade”.

Já se viu, os petistas adoram confundir o público com o privado. Barão de Itararé repetido até a exaustão é o lema do partido: “Faço na vida pública o que fazia na privada”.

Agora ponha-se esse “debate democrático” no tempo e no espaço que lhe cabe: o ano eleitoral. E logo se vê a afronta à democracia – porque, nesse caso, os iguais são só os petistas –  que redunda, no mínimo, em propaganda eleitoral extemporânea (fora de época) e em uso do bem público para interesse privado. O resto é balela petista que você, eu, nós, já sabemos onde vai dar.