O diretor financeiro da Paraná Previdência, Mário Lobo Filho,  divulgou agora há pouco na Agência de Notícias do governo, nota em que informa a aplicação de R$ 390 milhões de títulos do Tesouro Nacional em fundos de bancos públicos e privados. Desse total, R$ 180 milhões foram aplicados em instituições financeiras particulares (Unibanco, Bradesco e USB Pactual) e R$ 210 milhões em instituições públicas (CEF e Banco do Brasil). Chama a atenção o fato do Pactual, que está em situação pré-falimentar, conforme noticiados pelos jornais, ter recebido aplicação de R$ 50 millhões.

Em 2005, a Copel também investiu uma soma vultosa no Banco Santos, de Edemar Cid Ferreira, que depois tungaria a clientela.

Na nota divulgada hoje, Mário Lobo Filho diz que é “homem honrado e que sua vida está à disposição de todos para as análises que se fizerem necessárias. Lembra ainda que exerceu cargo semelhante no Porto de Paranaguá, onde recebeu um caixa de trinta milhões e deixou ao sucessor um valor dez vezes maior. “Minha conduta, honestidade e transparência, sempre incomodou a algumas pessoas, mas pretendo nelas persistir. Se caráter custa caro, eu pago o preço”.

Deputados da oposição afirmaram estranhar que o governo que defende a aplicação de recursos do estado em bancos público tenha cedido aos encantos da sereia e aplicado quase R$ 200 milhões em instituições privadas.

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No que refere ao noticiado em jornais do dia 27 de maio de 2008, cumpre realizar os seguintes esclarecimentos:

a) – A política de investimentos da PARANAPREVIDÊNCIA está focada em investimentos em títulos públicos, que são adquiridos diretamente do Tesouro Federal, nos leilões que essa instituição realiza ao longo de cada mês, e que ficam custodiados pelo Banco do Brasil;

b) – Assim, 95% dos investimentos são constituídos de papéis do Tesouro Nacional, os quais são levados a vencimento. Quando esses papéis vencem, o produto do seu resgate tem de ser reaplicado, à espera dos próximos leilões. O produto desses resgates é aplicado em Fundos DI´s (conservadores, e que contém títulos públicos), em cinco instituições financeiras que reconhecem a imunidade tributária da PARANAPREVIDÊNCIA: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Unibanco e UBS-PACTUAL. Essas instituições mantém aplicações do PARANAPREVIDÊNCIA ao longo da história da instituição, sendo que todas elas constam dos balanços anuais e dos balancetes mensais, devidamente aprovados pelos Conselhos e apreciados pelos órgãos de fiscalização, e divulgados no site da instituição;

c) – No dia 1º/04/08, venceram R$ 393,5 milhões de NTN-C´s, notas do tesouro nacional série-C. Havia necessidade de aplicar esses recursos até a realização de leilões, nos quais, esclareça-se, nosso lance pode ou não ser vitorioso. Daí decorreu a decisão de distribuir essa importância da seguinte forma:

CEF FI Caixa Brasil Títulos Públicos 90 milhões
CEF FI Brasil Ref. DI LP 30 milhões
BB Institucional FI Renda Fixa 90 milhões
BRADESCO FI Ref. DI Premium 80 milhões
UBS Pactual Yield DI FI Ref. 50 milhões
UNIBANCO Institucional DI FI Ref. 50 milhões
TOTAL 390,0 milhões

Os três milhões restantes foram utilizados na complementação da folha do mês de março (paga em abril).

d) – Nos dias 08/04 e 22/04 foram realizados leilões de NTN-B´s, Notas do Tesouro Nacional – série B, nas quais a PARANAPREVIDÊNCIA arrematou R$ 129.774.591,79 e R$ 198.668.011,24. Nos leilões de LFT´s (17/04 e 29/04), a proposta da instituição não foi vencedora, uma vez que a margem de ágio autorizada é insuficiente para que haja sucesso no leilão, tendo em vista o aquecimento do mercado desse tipo de título.

e) – Ao final do mês de abril, as quantias depositadas nos bancos privados, já tinham voltado a seus níveis históricos, pois tais valores foram resgatados para adquirir títulos públicos nos leilões acima citados.

f) – Portanto tratou-se de operação absolutamente dentro das rotinas da instituição e de critérios de busca da rentabilidade com absoluta segurança, que norteiam nossa instituição. Não houve qualquer aplicação em fundo de ações, e os fundos DI´s são uma das opções mais seguras de investimento disponíveis no mercado. Tampouco pode-se chamar o fundo mantido pelo Banco UBS-PACTUAL de pequeno porte, pois possui patrimônio de mais de R$ 6 bilhões de reais, superior a todos os demais em que a instituição mantém aplicações.

g) – Quanto às afirmações a respeito da minha viagem, trata-se de período de férias a que fazia jus, e da qual tinha alertado meus colegas há mais de ano de sua realização. Viajei com meus filhos e esposa aos Estados Unidos, como fazem muitas famílias brasileiras, e a alusão feita á minha viagem é maldosa e desrespeitosa comigo e com meus familiares, pois minha viagem foi custeada com o esforço meu e de minha esposa, e não há dificuldade alguma em provar tal fato.

h) – No que refere ao seminário, o mesmo foi custeado com recursos da conta eventos da PARANAPREVIDÊNCIA, remanescentes de patrocínios de eventos anteriores. O evento contou com a participação de especialistas em investimentos das mais diversas instituições brasileiras, entre as quais a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O objetivo do evento era discutir com os conselheiros, diretores e corpo técnico as alternativas de investimento para discutir a linha de atuação nessa área. Houvesse a intenção de aprovar apressadamente um novo plano, não teria sido convocado qualquer seminário para abrir a discussão e colher sugestões como se fez.

i) – Considero que os investimentos obedeceram os princípios que sempre governaram essa instituição, e também, que sempre marcaram minha vida pública e pessoal. Sou homem honrado, e cuja vida está à disposição de todos para as análises que se fizerem necessárias. No Porto de Paranaguá, onde exerci cargo semelhante ao que ora exerço com orgulho, recebi um caixa de trinta milhões e deixei ao meu sucessor um caixa dez vezes maior. Minha conduta, honestidade e transparência, sempre incomodou a algumas pessoas, mas pretendo nelas persistir. Se caráter custa caro, eu pago o preço.

Mario Marcondes Lobo Filho
Diretor de Finanças e Patrimônio – PARANAPREVIDÊNCIA