A coluna Toda Política desta sexta-feira no JE.

Segue para a conta da viúva – que eu aqui costumo denominar de vaca pública – as despesas da comitiva de 17 membros do governo, incluindo o governador Requião, que viajaram ao Paraguai para a posse do presidente Fernando Lugo no dia 15 deste mês.
Conforme relata Abraão Benício na reportagem de hoje do JE, o custo da empreitada, somados os valores, é de R$ 27,7 mil.
A campanha de Lugo à presidência do Paraguai contou com o empenho do próprio governador e de membros do alto escalão do governo, entre eles o ex-secretário de Comunicação Social, Airton Pissetti, que admitiu ter se utilizado indevidamente do telefone de seu gabinete para serviços de aconselhamento ao paraguaio durante a campanha.
Pissetti também fez viagens regulares a Assunção, no Paraguai, lançando mão de cartão corporativo para pagar as passagens aéreas. As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público do Paraná, onde ao que parece dormitam em berço esplêndido.
Os custos da viagem da comitiva requianista para a posse de Lugo estão publicados no site Gestão do Dinheiro Público, administrado pelo governo estadual. Somente as despesas do governador somam R$ 2.828,80. Já as do vice-governador e de sua mulher, Regina Fischer Pessuti, ultrapassam R$ 4 mil.
Chama a atenção na relação de despesas o fato de que Requião utilizou-se do avião particular do governo para a viagem, com custos somados de R$ 6.133,00, o que faz crer que os demais gastos de viagem teriam sido reservados apenas ao hotel e à alimentação nos três dias em que a comitiva esteve no país vizinho.
Como a “transparência do governo” se reserva a especificar o custo total das despesas sem deixar claro onde o dinheiro foi empregado, a conclusão é a de um preço por demais “salgado”.
Só para efeito de comparação, a viagem do governador à Alemanha com uma comitiva de oito membros, no primeiro semestre deste ano, custou aos cofres públicos cerca de R$ 53 mil. Detalhe: a viagem prolongou-se ao menos por dez dias.
A “festa paraguaia” equivale, portanto, a 52,2% do valor da excursão à Alemanha num prazo de apenas três dias. Mesmo considerado que a comitiva paraguaia era o dobro da que singrou em direção à Europa, as contas não fecham. No mínimo, no mínimo, vislumbram caroço no angu.

Não sabe, nunca viu
Perde tempo o repórter que quiser encontrar um cientista político ou historiador da PUC do Paraná para comentar assunto que diga respeito às eleições municipais. A assessoria de imprensa não vai poder ajudar.

Eureca!
O candidato do PV à prefeitura de Curitiba, Maurício Furtado, achou solução supimpa para resolver os congestionamentos da capital.

É só cercar
Vai proibir o acesso de automóveis de passeio nas ruas que formam o quadrilátero central da cidade. Só passa quem é morador e só circulam táxis e ônibus elétricos.

Só para as ‘Evas’
E se o assunto é transporte urbano, o candidato a vereador Acyr José (PSDB) quer fazer circular ônibus exclusivos para mulheres nos horários de pico. A idéia é acabar com o xaxado. Se é que você me entende.

Exóticos
Na esteira de figuras folclóricas na campanha, eis que surge Renato Sete Placas (PSC), Alex Chapa Quente (PT), Papai Noel Lourenço (PSB) e Paulo Gonzaga, o “popular” Jack Nicholson (PP).

Triunvirato
O PR encontrou uma solução da disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba. Reduziu o número de concorrentes para três. A saber: Íris “Sanguessuga” Simões, Custódio “Cadeia” da Silva e um tal de “Devolverei Curitiba”. O quê nem quero saber.

ARREMATE
A Justiça Federal autorizou, só no ano passado, 409 mil escutas no país. Dá-lhe Rasera!

OBLADI-OBLADÁ
O Ministério Público do Paraná encomendou a uma empresa de consultoria e auditoria técnica – a Ato Verita – o cálculo dos recursos públicos a serem destinados para viabilizar o fundo de aposentadoria complementar dos deputados. Descobriu valor estratosférico: R$ 64 milhões. *** O dinheiro seria suficiente para construir 3.700 casas populares, segundo reportagem da TV Paranaense. *** Vale lembrar: o Tribunal de Justiça do Paraná considerou tudo muito bacana, muito legal e mandou extingüir a ação civil pública que questionava a lei.

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