A coluna Toda Política desta terça-feira no JE.

João Arruda, o sobrinho prestimoso de Requião, divulgou, ontem, nota à imprensa anunciando sua demissão do cargo de diretor da Cohapar (R$ 15 mil mensais) por conta de uma tal “hipocrisia”, que também atende por súmula vinculante número 13 do STF – aquela que proibiu o nepotismo em todo o país.
O tom do texto é hilário porque se trata de uma imitação barata da carta-testamento de Getúlio Vargas. A começar pelo título: “Saio do governo, mas a luta por justiça social continua”. Quaquaquá.
O governo Requião é mesmo de Marte. Diz Arruda logo de saída que o “governo do Paraná vem fazendo uma administração de esquerda e revolucionária, que inclui socialmente milhares de irmão paranaenses”.
Sim, irmão, sobrinhos, esposas, cunhados, primos, tios, filhos, teúdas e manteúdas…
Mais adiante sustenta que não é “alienígena e muito menos estranho à base aliada”, no que deixa insinuar que “forças ocultas” – ó céus – seriam as responsáveis pela decisão que fez com que abandonasse a sinecura que ocupava desde janeiro de 2007.
Mas Arruda não fica só nisso. Emenda ainda, misterioso, que a medida radical que tomou cumpre “script hipócrita e antidemocrático, que atenta contra o Estado de Direito Democrático”. Tradução: o “choro é livre”.
No desfecho do texto anuncia sua decisão que, diz, pode até soar estranha e contraditória: “saio do governo”.
Estranha? Sim, porque afinal, havia brechas que poderiam mantê-lo no cargo. Contraditória? É verdade, ele esperneou pouco.
O advogado Rogério Distéfano leu incrédulo a “carta-testamento” do sobrinho de Requião e deitou comentário impiedoso no Maxblog, hospedado no portal deste JE, que casa bem com o estilo getulista do autor: “Arruda sai do governo para entrar no rodapé da história”.
E se é por falta de adeus, PMDB saudações.

Rendeu
As piadinhas em torno do “milagreiro” Cartão Verde proposto por Lauro Rodrigues (PTdoB) extrapolaram os bastidores do debate da Band, na semana passada.

Abre-te Sésamo
Diante da dificuldade do peemedebista Carlos Moreira de abrir as caixas pretas da prefeitura, um galhofeiro disparou: “Pede o cartão verde do Lauro Rodrigues”.

Outra
Moreira deixou sem resposta a questão crucial de Rodrigues para resolver o problema dos cães vira-latas. “Ora, é só castrar os cachorros utilizando o cartão verde”.

Lé com cré
O projeto supimpa do candidato do PTdoB ganhou até um slogan híbrido que juntou o bordão de Bruno Meirinho, do PSOL. “Por uma cidade sem catracas só o cartão verde”. Quaquaquá.

Até tu, Veneri?
Quando, no mesmo debate, Beto Richa evocou sua honra e o nome do seu pai, o deputado petista Tadeu Veneri deixou escapar: “Pronto, vai baixar o Inri Cristo”.

Que coisa
Com índices de rejeição estratosféricos, o candidato do PTB à prefeitura de Curitiba, Fábio Camargo, ganhou apelido que cai como uma luva. É “o rejeitado das gentes”.

Amigos, amigos…
Deputado fast-food, Alisson Wandscheer subiu à tribuna da Assembléia, ontem, para se solidarizar com o colega Geraldo Cartário (PDT), cuja filha Tuca Cartário foi baleada no domingo em suposto atentado político.

…guerras à parte
Detalhe: Cartário é inimigo figadal do pai do parlamentar, o prefeito de Fazenda Rio Grande, Toninho Wandscheer. Informação. Só informação.

Ah, a fama
O sumiço do vereador tucano Beto Moraes das sessões da Câmara Municipal de Curitiba provocou piadas dos colegas na Casa. A pergunta que ficou: “Onde está Wally Moraes?”

ARREMATE
O Ibope não confirma, mas a audiência do debate entre os candidatos à prefeitura de Curitiba, na Band, não passou de dois pontos. Menos, muito menos que o encontro de prefeituráveis de Pinhais promovido pela TV Educativa. Pode?

OBLADI-OBLADÁ
A propaganda eleitoral do petebista Fábio Camargo colocou no ar atriz denunciando o descaso da prefeitura de Curitiba com os bairros da periferia. E faz uma constatação: “A ficha do curitibano ainda não caiu”. Pois é. *** Pegou mal, muito mal a declaração do pintor e artista plástico, Juarez Machado, na agência de notícias do governo dizendo que a inteligência de Maristela Requião estava acima do “normal das curitibanas”. Afe!

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